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Zelensky pede que EUA não tome decisões sobre Ucrânia sem Kiev e UE

O apelo acontece após uma conversa telefônica entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, na última quarta

Zelensky e Trump: governo ucraniano teme que Washington reduza seu compromisso militar no continente (AFP)

Zelensky e Trump: governo ucraniano teme que Washington reduza seu compromisso militar no continente (AFP)

Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 12h59.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, alertou os Estados Unidos, neste sábado, 15, a não fecharem um acordo com a Rússia sem a participação de Kiev e da União Europeia. Durante a Conferência de Segurança de Munique, ele pediu que a Europa fortaleça sua posição nas negociações sobre o fim da guerra.

“Não podem ser tomadas decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia, como não podem ser tomadas decisões sobre a Europa sem a Europa”, afirmou Zelensky. "Se somos excluídos das negociações, todos perdemos."

O apelo acontece após uma conversa telefônica entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, na última quarta-feira, o que gerou temores de um possível acordo sem Kiev. O governo ucraniano teme que Washington reduza seu compromisso militar no continente.

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O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, afirmou na sexta-feira que deseja uma "paz duradoura" na Ucrânia, mas as posições da Casa Branca seguem divergentes. O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, indicou que a Ucrânia pode não entrar na Otan ou recuperar todo o seu território.

Zelensky reforçou que a Europa precisa de um plano próprio para a guerra e que a Rússia “não quer a paz”. Ele denunciou um suposto ataque russo com drones à usina nuclear de Chernobyl e defendeu sanções mais duras contra Moscou e o fortalecimento do Exército ucraniano.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, alertou que a Europa precisa agir rapidamente. "Se não tivermos um plano de ação, outros decidirão nosso futuro", disse. Já o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou que os líderes europeus já trabalham em garantias de segurança para a Ucrânia.

Enquanto isso, a Rússia segue avançando no leste da Ucrânia e anunciou a tomada de mais uma localidade em Donetsk. O conflito, iniciado em 24 de fevereiro de 2022, se aproxima de três anos sem perspectivas claras de um acordo de paz.

As informações são da AFP.

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