O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fala à imprensa enquanto diplomatas o acompanham, perto de um prédio residencial destruído após um ataque com mísseis russos em Kiev, em 25 de abril de 2025, em meio à invasão russa da Ucrânia (Tetiana DZHAFAROVA/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 16 de agosto de 2025 às 08h52.
Berlim, 16 ago (EFE).- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mencionou neste sábado um cessar-fogo em todas as frentes e a libertação de prisioneiros de guerra, presos civis e crianças ucranianas deportadas como as exigências prioritárias à Rússia diante da possibilidade de um encontro trilateral com o presidente americano, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin.
Zelensky escreveu em uma mensagem na rede social X que, após ser informado por Trump sobre o resultado de suas conversas com Putin ontem no Alasca, participou de uma ligação com líderes europeus para coordenar posições.
"As matanças devem parar o mais rápido possível, deve haver um cessar-fogo tanto no campo de batalha quanto no céu e também nos ataques contra nossa infraestrutura portuária", exigiu.
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"Todos os prisioneiros de guerra e civis devem ser libertados e as crianças sequestradas pela Rússia precisam ser devolvidas. Milhares dos nossos seguem em cativeiro: todos devem retornar para casa", acrescentou o presidente ucraniano em sua mensagem.
Zelensky assinalou, além disso, que pediu a Trump que, se a reunião trilateral não acontecer ou se a Rússia tentar evitar o fim da guerra, as sanções contra Moscou sejam intensificadas.
O presidente Donald Trump saúda o presidente Vladimir Putin, no início de reunião de cúpula no Alasca (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)
Diante de potenciais negociações de paz, o presidente ucraniano reivindicou mais uma vez garantias de segurança confiáveis e de longo prazo, nas quais tanto os EUA quanto os países europeus estejam envolvidos.
Finalmente, Zelensky não rejeitou de forma categórica a possibilidade de ceder territórios à Rússia, algo que Trump sugeriu como inevitável, mas destacou que é uma decisão que não pode ser tomada sem a participação da própria Ucrânia.
"Todas as questões importantes para a Ucrânia devem ser debatidas com a participação da Ucrânia e nenhuma questão, em particular as de natureza territorial, pode ser decidida sem a Ucrânia", finalizou.
Pouco antes, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, junto com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e outros seis líderes europeus, manifestaram em uma declaração conjunta que estão "dispostos a colaborar" em uma cúpula trilateral.
Os chefes de Estado e de governo de França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Polônia e Finlândia ressaltaram na declaração que um potencial acordo de paz deve incluir garantias de segurança para a Ucrânia e que a Rússia não pode impor limitações às Forças Armadas da Ucrânia nem à sua cooperação com terceiros países, bem como não pode vetar seu caminho para a União Europeia e a OTAN.
Por fim, enfatizaram que "as fronteiras internacionais não devem ser modificadas pela força" e que as eventuais decisões sobre cessões territoriais deverão ser tomadas pela Ucrânia. EFE