Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Agence France-Presse/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 19h14.
Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 19h43.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, nesta segunda-feira, que 11 mil soldados norte-coreanos estão posicionados na província de Kursk, no oeste da Rússia, para apoiar o Exército do Kremlin, que tenta expulsar as forças de Kiev deste território fronteiriço com a Ucrânia.
“Já são 11 mil na província de Kursk. Vemos um aumento do número de norte-coreanos, mas nenhum aumento da reação de nossos parceiros ocidentais”, lamentou Zelensky em sua declaração diária.
Os países do Ocidente asseguram que cerca de 10 mil soldados norte-coreanos estão na Rússia e poderiam ser enviados para combate de forma iminente. Putin, que firmou um acordo militar com Pyongyang em junho, não negou o destacamento de tropas norte-coreanas quando foi questionado publicamente no mês passado.
A ministra de Relações Exteriores norte-coreana, Choe Son Hui, que visita a Rússia há uma semana, prometeu que seu país apoiará Moscou até sua "vitória" na Ucrânia, onde a guerra já dura mais de dois anos e meio.
A Ucrânia anunciou, na última terça-feira, uma nova campanha de mobilização para reconstruir as fileiras das suas Forças Armadas em resposta ao avanço das tropas russas, que tomaram uma nova cidade no leste, e à chegada dos primeiros soldados norte-coreanos. A Rússia avança rapidamente na região oriental de Donetsk há semanas e nesta terça-feira afirmou ter capturado “completamente” Selidove, uma cidade que tinha quase 20 mil habitantes antes da ofensiva russa, iniciada em fevereiro de 2022.
Em Kiev e no Ocidente, aumenta a preocupação com a cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, e nem o Kremlin nem Pyongyang negam a presença de tropas do país em território russo. O Pentágono indicou que um “pequeno número” de soldados norte-coreanos foi destacado para Kursk, uma região russa na fronteira com a Ucrânia parcialmente controlada pelas forças de Kiev.
Seu porta-voz, general Pat Ryder, disse que os Estados Unidos tinham informações sobre "mais alguns milhares [tropas norte-coreanas] que estão quase lá ou chegando iminentemente". O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, conversou com o seu homólogo sul-coreano nesta terça-feira e concordou com uma maior cooperação.
A Ucrânia tem sofrido uma escassez crescente de tropas nos últimos meses e está imersa em um debate impopular sobre como fortalecer as fileiras militares. O secretário-geral do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksandre Litvinenko, disse ao Parlamento nesta terça-feira que o Exército planeja mobilizar mais 160 mil pessoas. Uma fonte disse à AFP que o recrutamento será organizado nos próximos três meses.