Redatora
Publicado em 6 de outubro de 2025 às 16h35.
Última atualização em 6 de outubro de 2025 às 17h29.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda-feira, 6, que drones e mísseis utilizados pela Rússia em ataques contra seu país contêm componentes fabricados por empresas de nações ocidentais.
Em uma publicação nas redes sociais, Zelensky detalhou que as armas usadas nas ofensivas dos últimos ataques incluíam dezenas de milhares de peças produzidas nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Japão, Coreia do Sul, Holanda, Taiwan e China.
Ele estimou que cerca de 100.688 componentes estrangeiros foram identificados em drones de ataque, 1,5 mil em mísseis Iskander, 192 em Kinzhal e 405 em Kalibr, segundo a Al-Jazeera.
Zelensky destacou ainda que empresas americanas produzem conversores, sensores e sistemas de microeletrônica usados em mísseis e veículos aéreos russos, enquanto companhias britânicas fabricam microcomputadores aplicados ao controle de voo de drones.
A acusação ocorre enquanto a Ucrânia e seus aliados discutem o endurecimento das sanções impostas à Rússia desde a invasão do país, em fevereiro de 2022. O objetivo é fechar brechas que ainda permitem o acesso de Moscou à tecnologia e equipamentos de uso militar.
Ainda de acordo com a Al-Jazeera, o oficial de inteligência ucraniano Oleh Alexandrov afirmou que a Ucrânia tem evidências de cooperação entre Rússia e China em operações de reconhecimento por satélite. O objetivo, segundo ele, seria identificar alvos estratégicos em território ucraniano.
O Kremlin negou qualquer dependência de tecnologia chinesa. O porta-voz Dmitry Peskov declarou que a Rússia “tem suas próprias capacidades, incluindo espaciais, para cumprir as tarefas de sua operação militar especial”.
A declaração de Zelensky ocorre enquanto países europeus investigam atividades suspeitas de drones sobre instalações militares e civis. Governos da região suspeitam que Moscou esteja testando as defesas da Otan, embora o Kremlin negue envolvimento.
Na Noruega, o Aeroporto de Oslo suspendeu temporariamente pousos após o avistamento de um drone. Já o chanceler alemão Friedrich Merz acusou a Rússia de estar por trás dos incidentes, o que foi classificado por Moscou como uma acusação “infundada”.