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Zelensky acusa Putin de querer culpar Ucrânia por atentado em Moscou

O ataque nos arredores de Moscou é o mais sangrento na Rússia em duas décadas - e o mais mortal reivindicado na Europa pelo Estado Islâmico

Zelensky: "o que aconteceu ontem em Moscou é óbvio: Putin e o resto da escória tentam jogar nos outros a culpa" (NurPhoto/Colaborador/Getty Images)

Zelensky: "o que aconteceu ontem em Moscou é óbvio: Putin e o resto da escória tentam jogar nos outros a culpa" (NurPhoto/Colaborador/Getty Images)

Publicado em 23 de março de 2024 às 18h17.

Última atualização em 23 de março de 2024 às 18h27.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, rebateu neste sábado, 30, as declarações do chefe de estado russo, Vladimir Putin, sobre uma suposta cumplicidade de Kiev pelo ataque que matou na véspera mais de 130 pessoas em uma casa de shows de Moscou. A autoria foi reivindicada pela organização Estado Islâmico (EI).

“O que aconteceu ontem em Moscou é óbvio: Putin e o resto da escória tentam jogar nos outros a culpa [pelo atentado]", declarou Zelensky, depois que autoridades russas mencionaram a existência de uma pista ucraniana no massacre.

Rússia diz ter prendido supostos autores

O Kremlin anunciou hoje que prendeu onze pessoas, incluindo "quatro" agressores, um dia depois do ataque que deixou pelo menos 130 mortos em uma sala de concertos em Moscou, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

O diretor dos serviços de segurança russos (FSB) "informou" o presidente Vladimir Putin da "detenção de 11 pessoas, incluindo os quatro terroristas diretamente envolvidos no atentado", afirmou a Presidência russa em um comunicado.

As quatro pessoas foram detidas na região de Bryansk, na fronteira com a Ucrânia e Belarus, informou o Comitê de Investigação Russo, competente neste tipo de crimes.

Putin acusa Ucrânia

O ataque à sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, na noite de sexta-feira, é o mais sangrento na Rússia em duas décadas e o mais mortal reivindicado na Europa pelo grupo EI. O serviço de segurança russo afirmou que os suspeitos tinham "contatos" na Ucrânia, para onde planejavam fugir após o ataque.

As autoridades russas não apresentaram qualquer prova deste suposto vínculo nem forneceram detalhes sobre a sua natureza. Ainda assim, Putin apoiou a versão apresentada. Em um discurso televisionado, ele afirmou que os quatro agressores foram detidos enquanto "se dirigiam para a Ucrânia, onde, segundo dados preliminares [dos investigadores], foi preparada uma 'janela' para que atravessassem a fronteira".

Em nenhum momento do seu discurso o presidente russo mencionou a reivindicação do grupo jihadista Estado Islâmico, transmitida na noite de sexta-feira e reiterada neste sábado.

O que é o Estado Islâmico do Khorasan?

Estado Islâmico do Khorasan, também chamado de EI-K ou Isis-K assumiu, na sexta-feira, 22, a autoria do ataque à casa de shows Crocus City Hall, nos arredores de Moscou, com tiros e um incêndio criminoso. Além de ao menos 133 mortos, pelo menos 140 pessoas ficaram feridas. As autoridades russas anunciaram a prisão de 11 pessoas, quatro delas ligadas diretamente ao crime.

Surgido em meados de 2014, o Estado Islâmico do Khorasan tem como base ex-integrantes de um grupo igualmente radical, o Tehrik-i-Taliban, “Movimento dos estudantes”, do Paquistão, presente em áreas de fronteira entre Paquistão e Afeganistão e que mantém uma relação marcada por altos e baixos com o Talibã.

O Estado Islâmico considera a Rússia como inimiga porque o governo de Vladimir Putin apoia o ditador sírio Bashar Al-Assad, que expulsou a organização terrorista da Síria.

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