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Zara diz estar remediando situação de trabalhadores refugiados

Segundo comunicado, a Inditex trabalha com a ONG "Refugee Support Centre" para tentar "regularizar a situação laboral dos trabalhadores sírios"

Zara: uma porta-voz da matriz afirmou que, dentro desse grupo de empregados não havia nenhum menor de idade (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/VEJA)

Zara: uma porta-voz da matriz afirmou que, dentro desse grupo de empregados não havia nenhum menor de idade (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/VEJA)

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EFE

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 09h53.

Londres - A firma espanhola de moda Inditex, proprietária da Zara, reconheceu nesta segunda-feira que em uma inspeção realizada em junho detectou vários refugiados sírios trabalhando em situação irregular para um de seus fornecedores na Turquia, algo que está sendo "remediado".

Uma porta-voz da matriz da Zara afirmou em declarações à Agência Efe em Londres que, dentro desse grupo de empregados na lavanderia Goreteks, na qual são tingidas calças da marca, não havia nenhum menor de idade.

A porta-voz respondeu a uma reportagem que será divulgada nesta segunda-feira pela emissora pública britânica "BBC", que revela que várias firmas de moda, entre elas as britânicas Marks & Spencer, Next e Asos e as espanholas Zara e Mango, contam na Turquia com fornecedores que empregam refugiados sírios, em alguns casos menores, sem as permissões trabalhistas pertinentes.

No caso da Inditex, o programa "Panorama" denuncia a existência de trabalhadores sírios em situação irregular na lavanderia Goreteks, onde trabalhavam em turnos de 12 horas sem a proteção necessária.

Os repórteres descobriram que esta lavanderia também processava peças para a Mango, mas esta empresa espanhola assegura que a mesma foi terceirizada sem sua permissão por um de seus parceiros.

Em comunicado enviado à "BBC" e à Agência Efe, a Inditex afirma que já tinha detectado a presença de sírios em situação irregular "antes da "BBC" filmar", e pediu à lavanderia a aplicação de um plano de melhoras.

Esta lavanderia tem "até dezembro para realizar essas mudanças", ou caso contrário pode deixar de trabalhar para a companhia espanhola, explicou à Efe a porta-voz.

Segundo o comunicado, a Inditex trabalha com a ONG "Refugee Support Centre" para tentar "regularizar a situação laboral dos trabalhadores sírios", em um plano pioneiro dentro do setor do comércio no varejo.

"A crise de refugiados sírios é um desafio complexo que afeta todos os setores na Turquia e, embora não haja resposta fácil, estamos absolutamente centrados em abordar o assunto", assegura a nota.

A Inditex afirma que em 2015 realizou mais de mil auditorias nesse país, onde tem uma equipe de "mais de 400 pessoas dedicadas a controlar" seus fornecedores.

A porta-voz ressaltou que são realizadas inspeções regulares em todos os centros ligados a seu processo de produção no mundo todo e "em nenhum caso existe trabalho infantil".

A Inditex tem na Turquia 183 fornecedores, que trabalham com 748 fábricas de confecção, e 640 centros que realizam outros processos, como lavanderias.

No total, é formado um elenco de 155.256 pessoas, que não são contratadas diretamente pela firma espanhola, embora esta seja responsável pela aplicação de seu código ético e condições trabalhistas.

Cerca de 60% da produção da Inditex é de "proximidade", em países da União Europeia, Turquia e Marrocos, enquanto o resto é realizado em outras partes do mundo, como China, Bangladesh, Índia e Vietnã. EFE

jm/ff

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