O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo De Boer, em conferência da ONU realizada em Copenhague, Dinamarca, no ano passado (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC, na sigla em inglês), Yvo De Boer, anunciou que ficará no cargo até dia 1º de julho. O holandês encaminhou na última quinta-feira (18/02) uma carta de demissão à Organização das Nações Unidas (ONU), na qual informava que deixará o seu posto para assumir novos desafios ligados ao grupo de consultoria KPMG.
A decisão de deixar a UNFCCC se acentuou depois do naufrágio da conferência climática COP15, realizada em dezembro do ano passado na Dinamarca. De Boer, que estava à frente do órgão há quatro anos, teria recebido inúmeras críticas da ONU quanto ao fracasso de Copenhague. Para o articulador holandês, no entanto, a convenção teve uma clara "aposta política em direção a um mundo com menos emissões de gás carbônico". "Copenhague não nos deu um acordo claro em termos legais, mas o comprometimento político e o senso de direção rumo a um mundo de baixas emissões são irresistíveis. Isso pede novas parcerias com o setor de negócios, e agora eu tenho a chance de fazer isso acontecer", pontuou.
Segundo nota oficial da ONU, De Boer ajudará ainda nas negociações da entidade que antecedem a Conferência sobre Mudanças Climáticas no México, marcada para novembro deste ano. "Os países responsáveis por 80% de energia relacionada com emissões de CO2 apresentaram planos e metas nacionais para enfrentar as mudanças climáticas. Isso sublinha os seus compromissos de reunir o desafio das mudanças climáticas e o trabalho no sentido de um resultado consensual em Cancún", disse ele em comunicado.
Antes de ser secretário-executivo da Convenção da ONU para a Mudança Climática, De Boer trabalhou em políticas ambientais da União Europeia como diretor-geral do Ministério do Meio Ambiente holandês. Também foi vice-presidente da Comissão da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, onde se tornou assessor do Governo chinês e do Banco Mundial. Além disso, atuou muito perto do Conselho Mundial Empresarial de Desenvolvimento Sustentável.