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Iuane e real devem ser considerados, afirma Cozendey

Carlos Márcio Cozendey, secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, defende entrada das moedas na cesta de Direitos Especiais de Saque do FMI

Os segmentos de grande fôlego no passado, como o financiamento de veículos e o crédito consignado, atingiram um patamar “mais maduro”, explica analista (SXC.hu)

Os segmentos de grande fôlego no passado, como o financiamento de veículos e o crédito consignado, atingiram um patamar “mais maduro”, explica analista (SXC.hu)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2011 às 15h57.

São Paulo - O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Bicalho Cozendey, disse que "é natural" que, com a evolução da participação dos países emergentes na economia internacional, a cesta que compõe os Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI) "evolua" de forma a refletir essa participação. "Assim, o renminbi (ou yuan, a moeda chinesa) ou o real, na medida em que se tornam mais importantes nos circuitos comercial e financeiro, devem ser considerados para incorporação na cesta", disse Cozendey em entrevista por e-mail.

O comentário de Cozendey se refere à notícia de que o FMI vai divulgar até o final deste mês os critérios para a inclusão de novas moedas na cesta que compõe o SDR, conforme antecipou uma alta fonte do fundo à Agência Estado. Esse é o primeiro passo para que moedas de países como o Brasil e a China façam parte da cesta do SDR, hoje privilégio apenas de Estados Unidos, Japão, zona do euro e Reino Unido.

Cozendey lembrou que, no passado, o número de moedas que compunham a cesta do SDR já foi maior. "Ou seja, não há um número máximo de moedas que possam compor a cesta", disse. Ele informou que o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) recomendou que o FMI prossiga na discussão sobre melhor especificação dos critérios para inclusão na cesta de novas moedas, como a participação no comércio e de a moeda ser livremente utilizável. "Atenção, não é livremente conversível", ressaltou Cozendey.

Segundo ele, o Brasil tem interesse na discussão de um maior papel para o SDR no sistema monetário internacional. "Embora essa discussão tenha sido prevista no mandato do grupo do G-20 que examinou, durante o ano, o tema da Reforma do Sistema Monetário Internacional, ela avançou pouco", disse o secretário. "Alguns países, notadamente os Estados Unidos, não são favoráveis a uma extensão do SDR e acham que o tema das moedas de reserva deveria ter uma evolução de 'mercado', em que o dólar norte-americano conviveria com outras moedas na medida em que os mercados as utilizassem mais", explicou.


Na opinião do governo brasileiro, contudo, disse Cozendey, o SDR poderia ter uma função importante na regulação da liquidez internacional, e "valeria a pena uma discussão mais ampla sobre as possibilidades e consequências de novas utilizações".

Segundo Cozendey, o SDR tem atualmente uma função de moeda escritural que serve a operações no interior do FMI, isto é, não serve para realizar pagamentos de comércio e saldar dívidas fora do FMI, entre outras ações. "Funciona, porém, como moeda de reserva, na medida em que serve para saldar compromissos com o FMI ou outros países no interior do FMI", explicou.

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