Yoani Sánchez: 'É uma vitória limitada, porque a reforma migratória de Cuba ainda não contempla a possibilidade de entrar e sair da ilha como um direito inerente pelo mero fato de ter nascido neste país', disse a blogueira (Adalberto Roque/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 06h38.
Havana - A blogueira e ativista política Yoani Sánchez se disse 'feliz' por causa da viagem que iniciará neste domingo a dez países, começando pelo Brasil, e que a deixará fora de Cuba durante 80 dias, embora tenha um sentimento 'agridoce' pelas limitações ainda vigentes mesmo após a reforma migratória de seu país.
Após receber mais de 20 recusas nos últimos cinco anos para poder viajar ao exterior, Yoani Sánchez embarcou em Havana rumo ao Brasil, que será a primeira escala da viagem que a levará também a República Tcheca, Espanha, México, Estados Unidos, Holanda, Alemanha e Peru, entre outros países.
Com o sentimento de ter 'ganhado uma pequena vitória pessoal, jornalística, cidadã e jurídica' a autora do blog 'geração Y' disse que tem a impressão de estar vivendo 'um sonho', mas que também sente um 'sabor agridoce'.
'É uma vitória limitada, porque a reforma migratória de Cuba ainda não contempla a possibilidade de entrar e sair da ilha como um direito inerente pelo mero fato de ter nascido neste país', disse a blogueira em entrevista no aeroporto de Havana.
Yoani Sánchez afirmou que sua principal bagagem é seu desejo de se conectar livremente à internet e de conhecer o mundo e sua realidade 'com seus claros e escuros'.
'O mais importante não levo na mala, levo aqui', disse a blogueira, apontando para sua cabeça.
Em janeiro, as autoridades cubanas outorgaram a Sánchez o passaporte que ela solicitou após a nova reforma migratória que flexibiliza as viagens dos cubanos ao exterior e eliminou embaraçosos e custosos trâmites como a permissão de saída para fora do país.
Embora ainda estejam vigentes algumas restrições nas idas ao exterior para os cubanos, nos últimos dias puderam viajar sem problemas alguns críticos do regime como o engenheiro de computação Eliécer Ávila e Rosa María Payá, filha do falecido opositor Oswaldo Payá. EFE