Mundo

Yellen diz que Fed não deve reverter curso de juros

As declarações de Yellen são as primeiras dela em público desde que o Fed elevou os juros em dezembro


	Janet Yellen: "Sempre existe o risco de uma recessão... e acontecimentos financeiros globais podem produzir uma desaceleração da economia"
 (Jim Watson/AFP)

Janet Yellen: "Sempre existe o risco de uma recessão... e acontecimentos financeiros globais podem produzir uma desaceleração da economia" (Jim Watson/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 15h26.

Washington - O aperto das condições financeiras e a incerteza sobre a China apresentam riscos à recuperação dos Estados Unidos, mas o Federal Reserve não deve reverter o ciclo de aperto monetário que iniciou em dezembro, afirmou a chair do banco central norte-americano, Janet Yellen, a parlamentares nesta quarta-feira.

Os riscos globais se intensificaram e podem desacelerar a economia dos EUA, mas "não espero que (o Comitê Federal de Mercado Aberto) esteja em breve na situação em que seja necessário cortar os juros", disse Yellen.

"Sempre existe o risco de uma recessão... e acontecimentos financeiros globais podem produzir uma desaceleração da economia."

Mas "acho que queremos ser cuidadosos para não tirarmos uma conclusão precipitada sobre o que está guardado para a economia dos EUA. Não acho que será necessário cortar os juros."

As declarações de Yellen são as primeiras dela em público desde que o Fed elevou os juros em dezembro e encerrou sete anos em que os custos de empréstimos eram mantidos perto de zero.

Em declarações preparadas para o Comitê da Câmara de Serviços Financeiros, ela reconheceu uma série de problemas globais que pioraram desde então.

As condições financeiras em geral se apertaram, devido à queda dos preços das ações, incerteza sobre a China e a reavaliação global do risco de crédito que poderiam tirar a economia dos EUA dos trilhos.

Alguns desses problemas ameaçam se autoalimentar, com o crescimento fraco em importantes nações industriais como a China e o excesso de oferta em mercados de commodities afetando exportadores de petróleo e minerais.

Por sua vez, uma percepção geral de desaceleração mundial e incerteza sobre a profundidade dos problemas da China podem aprofundar o aperto financeiro para empresas e famílias norte-americanas.

"Esses acontecimentos, se eles se provarem persistentes, podem pesar sobre o cenário para a atividade econômica e o mercado de trabalho", disse Yellen em sua aparição diante dos parlamentares.

Mas em suas declarações preparadas e em suas respostas, Yellen enfatizou uma visão cautelosa da política monetária adotada pelo Fed, com bons motivos para acreditar que a economia dos EUA continuará a crescer e permitir que o banco central continue com seu plano de ajustes "graduais" da política monetária.

"Os ganhos contínuos de emprego e crescimento mais rápido do salário devem sustentar o crescimento da renda real e portanto dos gastos do consumidor", disse Yellen.

E com outros bancos centrais mantendo políticas monetárias expansionistas, "o crescimento econômico global deve acelerar com o tempo."

O Fed "espera que com ajustes graduais na postura de política monetária, a atividade econômica cresça a um ritmo moderado nos próximos anos e que os indicadores do mercado de trabalho continuem a se fortalecer", disse Yellen.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEconomistasEstados Unidos (EUA)Janet YellenPaíses ricos

Mais de Mundo

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente

Sem escala 6x1: os países onde as pessoas trabalham apenas 4 dias por semana

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês