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'Yasi' deixa rastro de destruição no nordeste da Austrália

Estado de Queensland teve parte devastada pelos ventos de até 285 km/h

Destruição causada pelo ciclone Yasi no estado de Queensland, na Austrália (Jonathan Wood/Getty Images)

Destruição causada pelo ciclone Yasi no estado de Queensland, na Austrália (Jonathan Wood/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2011 às 13h47.

Sydney - O ciclone "Yasi", cuja força aterrorizou a população, afastou-se nesta quinta-feira perdendo força do nordeste da Austrália após atingir as cidades sem causar mortes.

"Yasi", de "proporções catastróficas" segundo as autoridades, deixou na passagem pelo nordeste do estado de Queensland um rastro de casas destelhadas e árvores derrubadas pelas rajadas de vento de até 285 km/h.

Depois da aterrorizante noite vivida por milhares de moradores, com a primeira luz do dia, a Polícia e os serviços de proteção civil iniciaram a inspeção das áreas atingidas pelo ciclone, que entrou em terra firme por volta da meia-noite (12h de quarta-feira de Brasília), com categoria 5, a máxima.

Na medida em que o ciclone avançava pela região, perdeu força até se transformar em tempestade tropical de menor categoria, embora tenha continuado sua trajetória em direção ao Território do Norte da Austrália, com ventos de até 90 km/h.

Ao amanhecer, a chefe do Governo do estado de Queensland, Anna Bligh, indicou que a Polícia não havia recebido informação de que o ciclone tivesse causado mortes.

"Estou muito aliviada de não ter escutado informações da Polícia, nem de nenhuma outra fonte sobre feridos graves e mortes", disse Bligh em entrevista coletiva.

O general Peter Cosgrove, no comando do contingente internacional no Timor-Leste após a destruição pelas tropas indonésias, em 1999, apontou que a prioridade das equipes de emergência era assegurar que não havia vítimas, especialmente nas áreas rurais afastadas de núcleos de população.


Bligh assinalou que as localidades mais atingidas pelo ciclone são Innisfail, Silkwood, Mission Beach e, principalmente, Tully, onde cerca de 90% das construções foram danificadas, e a de Cardwell, às margens do oceano e onde 200 casas foram destruídas ou registraram danos.

O chefe do serviço de meteorologia, Peter Otto indicou que a causa principal da destruição em Cardwell e em seu porto, onde dezenas de embarcações afundaram, foi a elevação da maré, que atingiu sete metros.

"Embora as estruturas das casas estejam em pé, a maior parte perdeu o telhado", disse Leanne Leeson, um morador de Cardwell, à rede de televisão "ABC".

As equipes de emergência começaram a avaliação dos danos pelas maiores cidades do litoral, por isso que o alcance total destes será conhecido nas próximas horas, indicou a primeira-ministra de Queenslad.

Ao menos 180 mil famílias estão sem energia elétrica, mas os aeroportos de Cairns e Townsville serão abertos ao tráfego aéreo após 24 horas, como medida de precaução.

Pelo serviço de meteorologia, o ciclone tocou terra perto da cidade de Mission Beach, ao norte de Queensland e cerca de 50 quilômetros ao sul de Innisfail.

Na primeira hora, os ventos foram mais fracos do que previam os meteorologistas, que embora tenham aumentado com a chegada do núcleo do ciclone, de um diâmetro de 35 quilômetros e uma frente de 650 quilômetros.

Assim que os meteorologistas tiveram a certeza de que "Yasi" era potencialmente perigoso, as autoridades evacuaram entre terça-feira e quarta-feira a 40 mil pessoas de localidades de Queensland para 20 de centros de amparada situados em Cairns e Townsville.

O serviço de meteorologia calculou que a força de "Yasi" era superior ao ciclone "Larry", que em 2006 destruiu casas e comércios do litoral do nordeste e causou danos materiais no valor de US$ 1 bilhão.

Outro ciclone, o chamado "Anthony" e de categoria 2, atravessou na segunda-feira a mesma região de Queensland com rajadas de vento de até 130 quilômetros, embora tenha causado danos menores.

Queensland se recupera ainda das inundações ocorridas desde o fim de novembro e que até a semana passada, causaram 35 mortos e danos materiais no valor de US$ 5,6 bilhões.

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