EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 10h50.
Kiev - O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, apoiou nesta segunda-feira a proposta de realizar uma mesa-redonda nacional entre governo e oposição para solucionar a crise causada pelos grandes protestos que eclodiram em 21 de novembro.
"Em sua opinião, essa mesa-redonda pode ser uma plataforma para o entendimento", informou a presidência ucraniana em comunicado em seu site.
A proposta foi apresentada pelo primeiro chefe de Estado da Ucrânia independente, Leonid Kravchuk, de quem também partiu a iniciativa de realizar uma reunião entre os quatro presidentes para abordar a situação no país e que acontecerá amanhã, terça-feira.
Yanukovich, que chegou ao poder em 2010, acredita que a mesa-redonda servirá para encontrar "uma solução do compromisso" aos protestos, cujo estopim foi a negativa de Kiev a assinar no final de novembro um Acordo de Associação com a União Europeia.
A oposição exigiu no fim de semana, como condição para o diálogo pela renúncia do governo, a libertação dos manifestantes detidos e a punição dos que ordenaram a repressão violenta das manifestações pacíficas.
Após o cumprimento dessas condições, a oposição estaria disposta a se sentar à mesa de negociações com as autoridades para formar um governo técnico que se encarregaria de negociar a associação com os 28 membros da União Europeia.
Além disso, o governo provisório deveria convocar eleições presidenciais e parlamentares antecipadas, uma vez reescrita a Constituição.
Recentemente, os três presidentes anteriores da Ucrânia, Kravchuk, Leonid Kuchma e Viktor Yushchenko, expressaram em carta aberta seu apoio aos protestos populares.
Na sexta-feira passada o primeiro-ministro ucraniano, Nikolai Azárov, se mostrou disposto a dialogar com a oposição, mas com a condição de que seus ativistas desocupem a prefeitura e a Casa dos Sindicatos, e permitam o trabalho das instituições públicas.
A oposição ucraniana anunciou hoje que se prepara para se defender diante de um possível ataque policial e convocou os seus a comparecerem à Praça da Independência com a chegada cada vez maior de soldados antidistúrbios.
Além disso, vários caminhões e ônibus com soldados do destacamento "Berkut" foram enviados coincidindo com o fim do prazo que a polícia deu aos manifestantes para sair do edifício.
Ontem, centenas de milhares de pessoas se reuniram na maior manifestação nessa praça desde desde o início das manifestações.
A oposição tomou no dia 1º a prefeitura e a Casa dos Sindicatos, e ainda impede os trabalhos do governo, da Rada Suprema (Legislativo) e da Administração Presidencial.