Mundo

Xingu+23 reúne ativistas contrários a usina de Belo Monte

A expectativa dos organizadores é que ao menos 500 pessoas contrárias à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte participem do encontro

Segundo a empresa Norte Energia, o empreendimento, orçado em R$ 25,8 bilhões, vai gerar milhares de empregos (Paulo Jares/VEJA)

Segundo a empresa Norte Energia, o empreendimento, orçado em R$ 25,8 bilhões, vai gerar milhares de empregos (Paulo Jares/VEJA)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 15h58.

Brasília - Simultaneamente à abertura, no Rio de Janeiro, da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou hoje (13), em Altamira (PA), o encontro Xingu+23.

Até o próximo dia 17, o evento organizado pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre pretende reunir pescadores, ribeirinhos, pequenos agricultores, índios, acadêmicos, ativistas e representantes de diversos movimentos sociais.

A expectativa dos organizadores é que ao menos 500 pessoas contrárias à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte participem do encontro, ajudando a definir os próximos passos do movimento de resistência ao empreendimento.

O evento ocorre em Santo Antônio, comunidade parcialmente desapropriada e já indenizada pela Norte Energia. Além de Altamira, outras dez cidades estão sob a área de influência da futura usina. Segundo o Movimento Xingu Vivo, estes municípios totalizam uma área de 25 milhões de hectares (um hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol oficial), o correspondente a cerca de 20% do estado. Ainda de acordo com o movimento, a usina deverá alagar uma área de cerca de 640 quilômetros quadrados.

Além de uma alusão ao evento ambiental que reúne, no Rio de Janeiro, lideranças governamentais, empresariais e sociais com o objetivo de definir os objetivos mundiais para um novo modelo de desenvolvimento, o nome do encontro paraense relembra o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, de 1989, apontado pelos organizadores como “a primeira vitória dos povos contra o projeto de barramento do rio”.

“Há 23 anos, os povos da região dizem não a um projeto que, a médio e longo prazo, vai eliminar os povos indígenas da região”, disse o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo da Prelazia do Xingu (PA), Dom Erwin Krautler, durante a divulgação do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, hoje (13), em Brasília.

Uma das principais obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto de construção prevê que a Usina Hidrelétrica de Belo Monte terá capacidade instalada para gerar até 11,2 mil Megawattz. Segundo a empresa Norte Energia, o empreendimento, orçado em R$ 25,8 bilhões, vai gerar milhares de empregos, atraindo cerca de 54 mil famílias para a região. A previsão é que as 24 turbinas entrem em funcionamento a partir de 2019.

Acompanhe tudo sobre:Belo MonteEnergia elétricaHidrelétricasRio+20Usinas

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais