Mundo

Xi Jinping recebe sírio Bashar al-Assad e anuncia relação estratégica

Assad faz sua primeira viagem oficial à China em quase duas décadas

Xi recebeu Assad nesta sexta-feira, na cidade do leste da China (AFP/AFP)

Xi recebeu Assad nesta sexta-feira, na cidade do leste da China (AFP/AFP)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 22 de setembro de 2023 às 10h47.

O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu nesta sexta-feira, 22, seu homólogo sírio, Bashar al Assad, e anunciou uma nova relação "estratégica" bilateral.

Assad faz sua primeira viagem oficial à China em quase duas décadas. Ele tem dois objetivos: buscar apoio financeiro para a reconstrução de seu país, devastado por um sangrento conflito desde 2011, e continuar reabilitando a imagem internacional de seu regime, isolado durante algum tempo e acusado de cometer atrocidades durante a guerra.

Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente

Assad assistirá à cerimônia de abertura dos Jogos Asiáticos em Hangzhou, no sábado. Xi recebeu Assad nesta sexta-feira, na cidade do leste da China

"Hoje anunciaremos conjuntamente o estabelecimento da parceria estratégica China-Síria, que será um marco importante na história das nossas relações bilaterais", disse Xi a Assad, segundo o canal estatal chinês CCTV.

"Diante de uma situação internacional cheia de instabilidade e incerteza, a China quer continuar trabalhando com a Síria", acrescentou Xi, antes de destacar que "a amizade entre os dois países se fortaleceu com o tempo".

Os analistas afirmam que o foco da visita de Assad é a busca de fundos para a reconstrução.

A China é um dos poucos países fora do Oriente Médio visitados pelo presidente Assad desde o início da guerra civil síria em 2011, que virou um conflito regional. A guerra matou mais de meio milhão de pessoas, provocou o deslocamento de milhões e destruiu grande parte da infraestrutura e da indústria locais.

Ativismo chinês no Oriente Médio

A China desempenha um papel cada vez mais dominante no Oriente Médio, como demonstrou sua mediação na aproximação diplomática, no início do ano, entre Irã - aliado da Síria - e Arábia Saudita, ambos rivais históricos.

Pequim também faz parte dos aliados de Assad e opta pela abstenção, com frequência, nas votações de resoluções contra Damasco no Conselho de Segurança da ONU.

"Agradeço a vocês e ao governo chinês por tudo o que fizeram para permanecer ao lado do povo sírio em sua casa e nas suas vicissitudes", declarou Assad em seu encontro com Xi, segundo a agência oficial síria Sana.

"Esta visita é extremamente importante por seu momento e circunstâncias, porque está sendo formado um mundo multipolar que vai restaurar o equilíbrio e a estabilidade no mundo", acrescentou o presidente sírio.

Em 2023, o governo sírio iniciou uma reaproximação com vários países árabes, após anos de isolamento pela guerra. Esta normalização das relações foi confirmada em maio com o regresso de Damasco à Liga Árabe e a participação do presidente sírio em uma reunião de cúpula na Arábia Saudita.

Muito ativa em uma região historicamente estratégica para os Estados Unidos, a China está promovendo no Oriente Médio seu ambicioso projeto das novas Rotas da Seda, que consiste em investimentos maciços em infraestrutura para melhorar as conexões comerciais entre Ásia, Europa e África.

A Síria aderiu ao projeto em janeiro de 2022 e espera receber investimentos significativos.

Acompanhe tudo sobre:Xi JinpingChinaSíriaBashar al-Assad

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'