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Três semanas depois, Xi Jinping parabeniza Biden pela eleição

A demora chamou atenção porque, em 2016, Xi parabenizou o presidente Donald Trump somente um dia depois da eleição

China: o país era um dos poucos que ainda não tinha entrado em contato, por meio da presidência, para parabenizar Joe Biden (Lintao Zhang/Getty Images)

China: o país era um dos poucos que ainda não tinha entrado em contato, por meio da presidência, para parabenizar Joe Biden (Lintao Zhang/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 13h39.

Última atualização em 26 de novembro de 2020 às 08h07.

O presidente chinês Xi Jinping rompeu um silêncio diplomático: o mandatário deu nesta quarta-feira, 25, por meio de uma carta, os parabéns ao presidente eleito nos Estados Unidos, Joe Biden.

A demora vinha sendo assistida com atenção porque, em 2016, Xi havia parabenizado o atual presidente Donald Trump somente um dia depois da eleição

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Até agora, só o Ministério das Relações Exteriores chinês havia se pronunciado, e mesmo assim uma semana após o resultado, o que já havia levado a questionamentos anteriores.

A vitória de Biden foi confirmada matematicamente no fim de semana após a eleição de 3 de novembro, quando o democrata confirmou a vitória na Pensilvânia e em Nevada.

"Promover a saúde e o desenvolvimento estável das relações entre China e EUA não só é fundamental para os interesses dos dois povos, mas também vai ao encontro da expectativa comum da comunidade internacional", disse Xi na carta, segundo reportado pela agência estatal chinesa Xinhua.

"Eu espero ver ambos os lados mantendo o espírito de não-conflito, não-confronto, respeito mútuo e cooperação 'ganha-ganha', e foco na cooperação à medida em que administramos e controlamos disputas", completou o presidente chinês.

Ainda segundo a agência, o vice-presidente chinês, Wang Qishan, também enviou uma mensagem à vice-presidente eleita, Kamala Harris.

À rede americana CNBC, a equipe de Biden respondeu após o comunicado de Xi que "aprecia as congratulações de todos os líderes mundiais que as fizeram, inclusive do presidente Xi".

China e EUA estão em meio a uma tensa guerra comercial, que se intensificou em meio ao governo Trump. Apesar da eleição de Biden, que é de outro partido e tem programa de governo com diferenças fortes em relação ao antecessor, a tendência é que a relação com a China continue tensa nos próximos anos.

Em meio à crise do coronavírus, iniciada na cidade chinesa de Wuhan, Trump acusou Pequim de falta de transparência e de ter criado o vírus, que o mandatário americano tem chamado de "vírus chinês". 

O parabéns de Xi vem na semana em que uma série de estados americanos têm confirmado oficialmente o resultado das eleições -- o que, em outros anos, era apenas uma formalidade, mas ganhou importância extra neste pleito em meio às acusações de fraude feitas pelo presidente Donald Trump.

Um dos nomes que ainda não deram parabéns oficial a Biden é o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Na semana da eleição, o vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão disse que Bolsonaro talvez estivesse aguardando terminar “esse imbróglio aí de discussão se tem voto falso, se não tem voto falso, para dar o posicionamento dele”. Dias depois, Bolsonaro também criou polêmica ao rebater críticas de Biden à gestão ambiental brasileira na Amazônia, dizendo que “quando acaba a saliva tem de ter pólvora”.

O presidente russo, Vladimir Putin, também não parabenizou Biden até o momento.

Devido à declaração de vitória de Biden feita pelas emissoras americanas — que contabilizam os votos da eleição nacionalmente e fazem projeções, já que não há uma autoridade eleitoral nacional como o TSE brasileiro — líderes mundiais contataram Biden ou postaram mensagens na internet ainda no sábado do resultado, como é típico na diplomacia entre os países. Estiveram entre o grupo nomes como o francês Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel.

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