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Xi Jinping exalta confiança política entre China e Rússia

Apesar das atenções voltadas para a guerra entre Israel e Hamas, Xi e Putin não comentaram publicamente o tema nesta quarta-feira

A China é a maior parceira comercial da Rússia, com um volume de negócios que alcançou a quantia recorde de 190 bilhões de dólares no ano passado (Sergei SAVOSTYANOV / POOL / AFP) (Photo by SERGEI SAVOSTYANOV/POOL/AFP /Getty Images)

A China é a maior parceira comercial da Rússia, com um volume de negócios que alcançou a quantia recorde de 190 bilhões de dólares no ano passado (Sergei SAVOSTYANOV / POOL / AFP) (Photo by SERGEI SAVOSTYANOV/POOL/AFP /Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 18 de outubro de 2023 às 08h21.

O presidente chinês, Xi Jinping, exaltou nesta quarta-feira, 18, a crescente "confiança" entre Pequim e Moscou, em uma reunião com o homólogo russo Vladimir Putin em Pequim.

"A confiança política mútua entre os dois países está em crescimento constante", declarou Xi a Putin, segundo a agência estatal Xinhua.

Xi também pediu um esforço conjunto de China e Rússia para "salvaguardar a equidade internacional" e a "justiça", ao mesmo tempo que exaltou a "coordenação estratégica próxima e efetiva" entre os dois países.

Os dois líderes se reuniram em Pequim durante um fórum internacional que marca o 10º aniversário da iniciativa chinesa de infraestruturas conhecida como Novas Rotas da Seda, uma reunião com a participação de representantes de 130 países.

"O volume de comércio bilateral atingiu um nível histórico, que avança para a meta de 200 bilhões de dólares estabelecida pelas duas partes", acrescentou Xi.

Ele destacou que se reuniu com Putin "42 vezes nos últimos 10 anos e desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade".

Apesar das atenções voltadas para a guerra entre Israel e Hamas, Xi e Putin não comentaram publicamente o tema nesta quarta-feira.

Sem "confrontos ideológicos"

Alvo de várias sanções das potências ocidentais por sua ofensiva na Ucrânia, a Rússia busca uma aproximação ainda maior com a China.

Ao inaugurar o fórum, o presidente chinês criticou a "coerção econômica" e o "confronto entre os blocos".

Ele disse que a China é contrária às "sanções unilaterais, coerção econômica, a dissociação e a redução dos laços econômicos".

Também destacou que Pequim não participará em "confrontos ideológicos, jogos geopolíticos e confrontos de blocos".

Moscou e Pequim "compartilham o desejo de uma cooperação equitativa no mundo", afirmou Putin em um discurso pronunciado pouco depois de Xi, no qual elogiou o "sucesso" das Novas Rotas da Seda.

Xi também celebrou o projeto emblemático de seu governo, que pretende fomentar o comércio e as infraestruturas. Ele disse que o mesmo dará "um novo impulso à economia mundial".

O presidente chinês anunciou que Pequim injetará um novo pacote de mais de 100 bilhões de dólares no projeto.

Durante uma reunião bilateral com o "querido amigo" Xi Jinping, o presidente russo destacou a importância de uma "coordenação estreita da política externa nas difíceis condições atuais", informou o Kremlin.

A China é a maior parceira comercial da Rússia, com um volume de negócios que alcançou a quantia recorde de 190 bilhões de dólares no ano passado. Xi reiterou a meta de 200 bilhões estabelecida pelos dois países para 2023.

Ofuscado pela guerra

O fórum de Pequim foi ofuscado pelo conflito entre Israel e o movimento palestino Hamas.

Convidado do evento, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que o ataque de Hamas contra Israel não pode justificar a "punição coletiva" do povo palestino em Gaza.

Ele pediu um "cessar-fogo humanitário imediato" no enclave, bombardeado por Israel em resposta ao ataque do Hamas contra seu território em 7 de outubro, que deixou 1.400 mortos.

O governo dos Estados Unidos pediu à China para usar sua influência e tentar acalmar a situação na região, onde os bombardeios de represália contra Gaza mataram mais de 3.000 pessoas, a maioria civis palestinos, segundo as autoridades locais.

A China anunciou que enviará seu representante para o Oriente Médio, Zhai Jun, à região, mas não informou a data da viagem nem os locais que ele visitará.

Em março, a China mediou o acordo para o retorno das relações diplomáticas entre Irã - apoio do Hamas - e a Arábia Saudita.

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