Agência
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 15h51.
Última atualização em 2 de setembro de 2025 às 15h57.
Entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro de 2025, a cidade de Tianjin, na China, sediou a Cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), o maior encontro do bloco desde sua fundação. O evento reuniu mais de 20 líderes estrangeiros e dez chefes de organizações internacionais para discutir temas centrais sobre segurança, economia, cultura e cooperação institucional.
Durante a cúpula, os países-membros aprovaram a Declaração de Tianjin e a Estratégia de Desenvolvimento da OCX para o período de 2026–2035, além de 24 documentos sobre várias áreas, como segurança, economia e cultura. O encontro também gerou declarações em defesa do sistema multilateral de comércio e em homenagem ao 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial e da fundação da ONU.
O presidente da China, Xi Jinping, aproveitou o evento para apresentar a Iniciativa de Governança Global, complementando as propostas anteriores em áreas como desenvolvimento, segurança e civilização.
A agenda proposta defende princípios de igualdade soberana, respeito ao direito internacional e multilateralismo. Xi enfatizou a importância da reforma da governança global, com o objetivo de promover uma ordem internacional mais justa e equilibrada.
Durante a reunião, os líderes reafirmaram seu apoio à ONU e ao multilateralismo, conceitos fundamentais para a estabilidade global. Uma pesquisa realizada no Fórum de Cooperação da Mídia da OCX 2025 revelou que 70% dos entrevistados acreditam que a participação de seus países na governança global foi ampliada por meio da OCX. Além disso, 80% reconheceram o impacto positivo da organização em suas nações.
O diretor do Centro de Estudos Ásia-Pacífico da Turquia, Selçuk Çolakoğlu, avaliou que a OCX tem “ganhado reconhecimento no Sul Global e contribuído para uma ordem internacional mais justa”.
A OCX, criada em 2001, reúne atualmente 27 países e coopera em mais de 50 áreas, representando um PIB combinado de US$ 30 trilhões, o que a torna a maior organização regional do mundo. Durante a cúpula, os líderes destacaram a expansão do bloco como resultado do Espírito de Xangai, que se baseia em igualdade, respeito à diversidade, consultas multilaterais e a busca por prosperidade compartilhada.
O bloco já implementou ações pioneiras, como a criação de mecanismos de confiança militar em fronteiras e a adesão à Iniciativa Cinturão e Rota, além de tratados de boa vizinhança de longo prazo. Na reunião, a China propôs uma agenda focada em abertura, inclusão e ganhos mútuos para todos os membros, incluindo a criação de centros de cooperação em segurança, combate ao crime organizado, drogas e cibersegurança, e discussões sobre a criação de um Banco de Desenvolvimento da OCX.
O Quirguistão assumiu a presidência rotativa da OCX para o período de 2025–2026, com o compromisso de priorizar comércio, investimentos, segurança regional e intercâmbio cultural.
Participação da China e Projetos Anunciados
A China, país-sede da cúpula, destacou sua contribuição para o fortalecimento do bloco. O comércio entre a China e os demais membros da OCX atingiu US$ 512,4 bilhões em 2024 e RMB 2,11 trilhões de janeiro a julho de 2025, com um aumento de 3% em relação ao ano anterior.
Durante sua presidência, Pequim promoveu o “Ano do Desenvolvimento Sustentável da OCX”, com 110 atividades voltadas para política, economia, ciência e cultura. Na reunião de Tianjin, a China anunciou diversos novos projetos, incluindo:
100 iniciativas sociais de pequeno porte;
Duplicação das bolsas de estudo oferecidas pela OCX;
Criação de 10 oficinas "Luban" em cinco anos;
10 mil vagas de capacitação em recursos humanos;
Criação de centros de inovação em energia, economia digital, ciência e educação;
Lançamento do Centro de Cooperação em Inteligência Artificial;
Abertura do sistema de navegação Beidou a todos os membros da OCX.