Xi Jinping: ele assegurou que China e Taiwan poderão dialogar "sempre que se reconheçam os fatos históricos do Consenso de 1992" (Aly Song/Reuters)
EFE
Publicado em 18 de outubro de 2017 às 09h09.
Pequim/Taipé - O presidente chinês, Xi Jinping, estendeu nesta quarta-feira a mão a Taiwan, território separado unilateralmente da China em 1949, ao assegurar em seu discurso inaugural do 19º Congresso do Partido Comunista (PCCh) que "respeita o seu sistema social atual e o estilo de vida de nossos compatriotas ali".
"Estamos dispostos a compartilhar primeiro com eles as oportunidades brindadas pelo desenvolvimento da parte continental", afirmou Xi em seu discurso, de três horas e meia, pronunciado no Grande Palácio do Povo.
O presidente chinês e secretário geral do PCCh assegurou que China e Taiwan poderão dialogar "sempre que se reconheçam os fatos históricos do Consenso de 1992", que instituiu o princípio de "uma só China" e não é admitido pela atual presidenta taiwanesa, Tsai Ing-wen.
"Nenhum partido politico ou organização de Taiwan encontrará obstáculos para entabular ou manter contatos com a parte continental", destacou Xi, ainda que seu tom tenha mais duro para o secessionismo da ilha.
"Todo ato de secessão da pátria topará, sem dúvida, com a decidida oposição de todos os chineses", ressaltou, prometendo que a China não permitirá "que ninguém, nenhuma organização nem nenhum partido politico separem da China parte alguma do seu território".
O discurso de Xi teve eco em Taiwan, onde o organismo encarregado das relações através do estreito de Formosa, o Conselho de Assuntos da China Continental, apontou que o princípio de uma só China "dificilmente pode ganhar o coração do povo".
"Instamos os comunistas chineses a apresentar um novo modelo de interação entre as duas partes", acrescentou este Conselho em um comunicado oficial, salientando que a presidenta Tsai, no último ano, evitou a provocação" e defendeu "a manutenção do status quo" nos laços com a China.
Por sua parte, o ministro de Relações Exteriores de Taiwan, David Lee, assegurou que "a pressão chinesa é permanente" e que não descarta que a China busque arrebatar aliados diplomatas de Taiwan.
"Somos soldados, não podemos escolher o campo de batalha e ali temos que dar nosso melhor", disse Lee.