Donald Trump: presidente dos Estados Unidos em recente encontro com o líder chinês Xi Jinping
Repórter
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 14h43.
Última atualização em 2 de novembro de 2025 às 14h46.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o líder chinês Xi Jinping está ciente das consequências de uma eventual ofensiva militar contra Taiwan. No entanto, ele não declarou se os EUA interviriam em defesa da ilha em caso de ataque.
A declaração foi dada em entrevista à emissora norte-americana CBS News, cuja íntegra vai ao ar neste domingo, 2 de novembro.
Questionado sobre uma possível ordem para acionar forças norte-americanas em resposta a uma ação militar da China, Trump respondeu: “Não posso revelar meus segredos”. E completou: “Vocês descobrirão se isso acontecer, e ele entende a resposta para isso”.
Segundo o presidente, o tema não foi discutido diretamente com Xi Jinping durante a reunião bilateral realizada na semana passada. “Ele já disse abertamente, e sua equipe também, em reuniões: ‘Jamais faríamos nada enquanto o Presidente Trump estiver no cargo’, porque conhecem as consequências”, afirmou. Trump acrescentou que o líder chinês “nunca tocou no assunto” da ilha autônoma durante o encontro.
A China considera Taiwan parte do seu território e vê o estreito que separa as duas regiões, uma das rotas marítimas mais movimentadas do planeta, como área sob jurisdição chinesa. Nos últimos anos, Pequim intensificou sua presença militar na região em uma tentativa de reforçar essa reivindicação. Taiwan, por outro lado, rejeita a soberania chinesa e afirma que o futuro da ilha deve ser decidido apenas por seus cidadãos.
A entrevista marca o retorno de Trump à CBS News após cinco anos. É também a primeira desde que processou a Paramount, controladora da emissora, por uma entrevista exibida em 2024 com a então candidata presidencial Kamala Harris. O processo foi encerrado sem pedido formal de desculpas.
Além da relação com a China, Trump também abordou temas como a crise com a Venezuela no Mar do Caribe, o risco de shutdown do governo federal e sua política de imigração.
Em uma publicação na rede social Truth Social, Donald Trump anunciou nesta quinta-feira que vai reduzir as tarifas contra a China após uma reunião com o presidente Xi Jinping.
Segundo o presidente dos Estados Unidos, a taxa imposta sobre produtos relacionados ao tráfico de fentanil será reduzida de 20% para 10%, como parte do compromisso chinês de aumentar o controle sobre os precursores químicos usados na produção do opioide sintético. Com isso, a tarifa total aplicada sobre produtos chineses recuará de 57% para 47%.
O encontro, o primeiro entre os dois líderes desde 2019, resultou em uma série de acordos bilaterais que envolvem desde comércio agrícola até a suspensão de medidas estratégicas envolvendo minerais raros.
"Tive uma reunião realmente excelente com o presidente Xi da China. Há um enorme respeito entre nossos dois países e isso só será ampliado após o que acaba de acontecer", escreveu Trump na rede social Truth Social.
Pouco antes da reunião bilateral, Trump ordenou a retomada imediata dos testes nucleares dos Estados Unidos, suspensos há 33 anos, citando a necessidade de equilibrar o avanço dos arsenais da China e da Rússia.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da China declarou esperar que Washington respeite a moratória internacional vigente sobre testes atômicos.
O presidente norte-americano informou que um novo encontro com Xi Jinping está previsto para abril de 2026, na China. Em seguida, Xi deve visitar os Estados Unidos, dando continuidade ao processo de reaproximação diplomática.
(Com informações da agência AFP)