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Xi deve consolidar poder em congresso do Partido Comunista

Não há dúvida de que Xi obterá um novo mandato de cinco anos para liderar o partido, mas os analistas estarão atentos às nomeações para o gabinete político

Xi Jinping: o presidente usou os primeiros cinco anos no poder para travar uma batalha contra a corrupção (Jason Lee/Reuters)

Xi Jinping: o presidente usou os primeiros cinco anos no poder para travar uma batalha contra a corrupção (Jason Lee/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 10h42.

O presidente chinês, Xi Jinping, espera consolidar e cimentar seu poder na segunda maior potência econômica do planeta durante o congresso do Partido Comunista da China (PCC), que começa na quarta-feira (18), em Pequim.

Maior partido político do mundo com 89 milhões de membros, o PCC vai exibir suas bandeiras vermelhas e frases patrióticas durante o evento, que deve acontecer com tempo bom.

De fato, o partido tem a prerrogativa de fechar fábricas para garantir um céu limpo durante os grandes eventos em uma das cidades mais poluídas do mundo.

Pequim recebe quase 2.300 delegados para o congresso, que acontece a cada cinco anos no monumental Palácio do Povo, na praça Tiananmen (Paz Celestial).

Xi Jinping, de 64 anos, chegou ao poder em 2012, no precedente congresso do partido, do qual foi secretário-geral antes de virar presidente da República Popular da China no início de 2013.

Não há dúvida de que Xi obterá um novo mandato de cinco anos para liderar o partido no XIX congresso, mas os analistas estarão atentos às nomeações para o gabinete político. Eles querem saber até que ponto o homem forte do país incluirá seus colaboradores nesta entidade de 25 membros, que comanda o país.

"O congresso do partido nos revelará a exata magnitude do poder de Xi", afirma a sinóloga Carly Ramsey, baseada em Xangai, da consultoria britânica Control Risks.

Xi Jinping- líder do partido, chefe de Estado, comandante em chefe do Exército, objeto de culto à personalidade, onipresente na imprensa, acumula mais poder do que seus dois antecessores, Jiang Zemin e Hu Jintao, o que desperta comparações com Mao Tsé-Tung, fundador do regime em 1949, e Deng Xiaoping, cujas reformas iniciadas no fim dos anos 1970 transformaram a China em uma grande potência.

Firmeza

"Para resumir, pode-se afirmar que houve três épocas: quando Mao estava no poder, depois a era Deng Xiaoping. O XIX congresso é, de alguma maneira, o advento da era Xi Jinping", observa o cientista político chinês Chen Daoyin.

O homem forte da China usou os primeiros cinco anos no poder para travar uma batalha contra a corrupção, que já afetou e puniu 1,3 milhão de pessoas, segundo uma avaliação oficial. Os críticos do presidente acusam-no, porém, de aproveitar a campanha para se livrar de seus opositores internos.

O regime não fez qualquer concessão à sociedade civil, com a detenção de advogados e dissidentes, além de rejeitar os pedidos de clemência ao opositor Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz morto em julho, depois de passar oito anos na prisão. O governo chinês manteve a proibição a que Xiaobo deixasse o país para receber tratamento, apesar dos pedidos de vários países ocidentais.

No exterior, o presidente chinês seguiu uma política de firmeza, aumentando o orçamento militar, reivindicando a soberania de seu país sobre quase todo o Mar da China meridional, apesar de uma arbitragem internacional que rejeitou as pretensões chinesas.

No entanto, diante das veleidades protecionistas do presidente americano, Donald Trump, Xi foi aclamado no início do ano no Fórum Econômico de Davos (Suíça) ao defender a globalização e o livre-comércio.

 Sem limite de idade?

A era Xi Jinping durará 15 anos? Os membros do gabinete político são, a princípio, obrigados a respeitar o limite de idade de 68 anos, que Xi terá superado em 2022, no XX congresso. Se seu braço direito Wang Qishan, de 69 anos, conseguir um novo mandato agora, porém, isso significará que o limite de idade não existe mais. Com isso, o caminho estaria livre para Xi dentro de cinco anos.

Os analistas também acompanham com interesse uma possível inclusão do nome de Xi Jinping nos estatutos do PCC, uma honra reservada até agora apenas a Mao Tsé-Tung e a Deng Xiaoping.

"Isto seria o sinal de que realmente entrou para o panteão", afirma Bill Bishop, autor do boletim informativo Sinocism China Newsletter.

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