Mundo

WWF elogia novo relatório da ONU sobre sustentabilidade

ONG apoia os pedidos de mudanças na economia feitos pela organização, mas defendeu também a criação de compromissos obrigatórios

Manifestação da WWF: elogios ao relatório da ONU (Stéfan/Flickr)

Manifestação da WWF: elogios ao relatório da ONU (Stéfan/Flickr)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 13h58.

Genebra - O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) elogiou nesta segunda-feira o relatório da ONU sobre sustentabilidade, o qual exige um novo desenho da economia mundial, mas solicitou que tais recomendações sejam transformadas em compromissos obrigatórios para que possam firmar uma efetiva mudança.

'O relatório é muito forte e nos surpreendeu. Faz uma chamada para as grandes reformas econômicas que achamos totalmente necessárias e, por isso, pedimos que estas sejam transformadas em compromissos obrigatórios', afirmaram à Agência Efe fontes do WWF.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apresentou nesta segunda-feira em Adis-Abeba, na Etiópia, o relatório 'Gente resistente, planeta resistente: vale à pena escolher este futuro'. O texto, criado pela ONU, sugere um novo desenho da economia mundial e apresenta um maior comprometimento com o equilíbrio sustentável da Terra.

Segundo o relatório, antes de 2030, o mundo deveria dobrar sua produtividade, porém, reduzindo o consumo de recursos naturais. Para isso, os Governos deveriam implementar políticas fiscais de estímulo das energias renováveis e suprimir os subsídios às energias fósseis, entre outras medidas.

'A WWF se felicita com o relatório pelo incentivo do consumo responsável, por tramitar recursos de forma sustentável e, principalmente, porque convoca os líderes políticos a criar as condições necessárias para permitir uma 'Revolução Verde no século 21'', declarou a organização.

'É a primeira vez que líderes políticos são convocados para essa revolução. Tudo está muito bem, mas essas afirmativas devem ser concretizadas', acrescentaram as fontes.


O relatório foi redigido por 22 especialistas, que formaram um painel internacional presidido pela presidente da Finlândia, Tarja Halonen, e o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e pretende ser uma das principais ferramentas de trabalho na Cúpula da Terra Rio+20, que será realizada no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de junho.

Segundo a WWF, o texto é um 'digno sucessor' do relatório 'Nosso futuro comum', que serviu de base para a primeira Cúpula da Terra Rio 1992, e 'é considerado por muitos como o início do movimento mundial em prol do meio ambiente'.

Entre outros anúncios alarmantes, o relatório afirma que, apesar de já estarmos excedendo a capacidade da Terra, vamos precisar de 50% a mais de comida, 45% de energia e 30 % de água já no ano de 2030.

'No painel, participaram representantes da África do Sul, Brasil, Estados Unidos, a Comissão Europeia, etc. Eram pesos pesados e, por isso, nos faz pensar que o relatório vai ter transcendência em suas opções políticas e que tomarão posições progressistas na Rio+20'.

O WWF considera que a cúpula de Rio deve firmar um acordo que realmente questione as bases do sistema atual e tome as medidas necessárias para reverter uma situação que muitos chamam de insustentáveis.

Por outro lado, a WWF lamenta que o relatório não faça insistência suficiente para evidenciar as consequências sociais que nosso atual sistema atual de consumo possui.

'Para que haja uma mudança real, devemos levar em conta os aspectos sociais, como a erradicação da pobreza, a igualdade de gênero, a distribuição dos recursos, o avanço da educação e a criação de emprego. As recomendações têm que unir o bem-estar social com a saúde meio ambiental', concluíram. 

Acompanhe tudo sobre:ONGsONUSustentabilidade

Mais de Mundo

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido