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WikiLeaks: MI6 advertiu que Reino Unido pode ter onda de atentados

Documento mostra o serviço secreto britânico admitindo a dependência das ações da CIA e outras fontes norte-americanas

Assange, fundador do WikiLeaks: atentados seriam ligados a jovens radicais muçulmanos (Oli Scarff/Getty Images)

Assange, fundador do WikiLeaks: atentados seriam ligados a jovens radicais muçulmanos (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 08h23.

Londres - O serviço britânico de espionagem MI6 advertiu que o Reino Unido enfrenta a ameaça de uma onda de atentados suicidas perpetrados por terroristas muçulmanos nascidos no país, sobre os quais as forças de segurança não têm nenhuma informação.

O alerta foi divulgado em um vazamento do site WikiLeaks publicado nesta sexta-feira no "The Daily Telegraph", que cita como fonte um importante membro não identificado da unidade de antiterrorismo do Sistema Secreto de Inteligência (SIS), nome oficial do MI6.

Segundo esta versão, trata-se de jovens radicais muçulmanos, de nacionalidade britânica, que treinam para se tornar "terroristas suicidas" e cujo anonimato até o momento provoca temores no MI6.

O alto funcionário do MI6 fez esta advertência durante uma reunião secreta com uma delegação do Congresso dos Estados Unidos, cujos membros expressaram a preocupação americana com a radicalização de grupos de jovens muçulmanos no Reino Unido.

De acordo com o documento diplomático enviado pela embaixada americana, a visita ocorreu em abril de 2008 e nela o responsável do MI6 reconheceu que o controle da ameaça terrorista em solo britânico dependia em muitas áreas "total ou majoritariamente" da ajuda que recebia da CIA e outras fontes americanas.

O funcionário britânico indicou que a situação no Reino Unido é "particularmente complicada" porque os órgãos de segurança têm que monitorar as ameaças externa e interna, esta última responsável pelos atentados de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres que tirou a vida de 52 pessoas.

"A ameaça interna está começando a ser mais perigosa porque alguns extremistas estão realizando treinamento (...) sem nem sequer sair do país", se afirma nos documentos.

"Se estes extremistas decidissem agir, os recursos do Governo de Vossa Majestade em matéria de inteligência, escutas e perseguição estariam em uma situação muito difícil", acrescenta.

O documento da embaixada americana em Londres, um dos milhares que falam da cooperação entre ambos os países para lutar contra a ameaça terrorista, descreve este problema como "geracional", argumentando que "não desaparecerá a curto prazo".

Os documentos vazados também indicam que no MI6 existe o temor do impacto que terão os cortes que o Governo efetuou no orçamento dos serviços de inteligência em sua luta para localizar estes indivíduos e para fazer frente aos processos judiciais dos detidos como suspeitos de terrorismo.

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