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WikiLeaks: Londres disse à Líbia como libertar terrorista de Lockerbie

Segundo o "Daily Telegraph", governo britânico anterior aconselhou Muammar Kadafi a utilizar o câncer do terrorista para conseguir sua libertação

Protestos contra libertação de al-Megrahi, condenado pelo atentado de Lockerbie (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Protestos contra libertação de al-Megrahi, condenado pelo atentado de Lockerbie (Jeff J Mitchell/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h30.

Londres - O Governo britânico anterior aconselhou o regime líbio de Muammar Kadafi sobre como obter a libertação do terrorista líbio condenado à prisão perpétua pelo atentado de Lockerbie, conforme documentos vazados pelo Wikileaks ao jornal "The Daily Telegraph".

Um secretário de Estado do Ministério de Assuntos Exteriores britânico ofereceu assessoria jurídica à Líbia sobre como utilizar o câncer supostamente terminal do terrorista Abdelbaset al-Megrahi para conseguir sua libertação por motivos humanitários da prisão escocesa onde cumpria pena.

Os líbios seguiram escrupulosamente os conselhos, que levaram à libertação depois de alguns meses, em agosto de 2009, de Megrahi, condenado pela morte de 270 pessoas na explosão de uma bomba em um avião da companhia americana Pan Am quando sobrevoava a localidade escocesa de Lockerbie.

As revelações põem em xeque as declarações do Governo britânico anterior que negou qualquer cumplicidade com a libertação de Megrahi e jogou toda a culpa no Governo autônomo escocês, diz o periódico.

O "Daily Telegraph" publica nesta terça-feira uma série de documentos americanos que dão detalhes sobre as relações internacionais com o regime de Kadafi.

Os documentos revelam que o Governo britânico estava preocupado que a possível ira dos líbios pela prisão de Megrahi pudesse colocar em risco a relação comercial dos dois países.

Megrahi foi condenado à prisão perpétua em 2001, após ser declarado culpado pelo atentado, ocorrido em 21 de dezembro de 1988.

Durante vários anos, o Governo líbio pressionou Londres para que o terrorista fosse transferido à Líbia em virtude de um acordo sobre transferência de prisioneiros entre os dois países.

Como revela a publicação, um secretário de Estado do Ministério de Exteriores chamado Bill Rammel escreveu ao colega líbio dando conselhos sobre como aproveitar o câncer do terrorista líbio para conseguir sua prematura libertação "por compaixão".

Um alto funcionário do Ministério de Exteriores se reuniu com o embaixador americano para informar do envio da carta.

Apesar de o diagnóstico dar a Megrahi três meses de vida após sua saída da prisão escocesa, o único condenado por Lockerbie continua vivo.

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