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WikiLeaks cita locais vitais aos interesses dos EUA

A lista começa com uma mina de cobalto na República Democrática do Congo e faz referência a vários locais na Europa

Os detalhes fazem parte dos 250 mil despachos diplomáticos obtidos pelo website (Reprodução/WikiLeaks)

Os detalhes fazem parte dos 250 mil despachos diplomáticos obtidos pelo website (Reprodução/WikiLeaks)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 20h54.

Londres - O site WikiLeaks divulgou detalhes sobre lugares em todo o mundo que os Estados Unidos consideram ser vitais para seus interesses, motivando críticas de que estaria ajudando militantes a identificar alvos para ataques.

Os detalhes fazem parte dos 250 mil despachos diplomáticos obtidos pelo website e que estão sendo levados a público.

A lista começa com uma mina de cobalto na República Democrática do Congo e faz referência a vários locais na Europa onde empresas farmacêuticas produzem insulina, soro antiofídico e vacinas contra febre aftosa.

No Oriente Médio, os documentos notam que até 2012 o Catar será a maior fonte de gás natural liquefeito (GNL) e aludem também à instalação de Abqaiq, na Arábia Saudita, a maior usina mundial de processamento e estabilização de petróleo.

A Al Qaeda lançou um ataque mal-sucedido contra Abqaiq em 2006, e houve avisos de que o documento vazado pelo WikiLeaks, contendo tantos alvos delicados, poderia ser útil a militantes.

O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse a jornalistas em Washington "condenar nos termos mais fortes o vazamento da informação".

"O próprio povo norte-americano foi colocado em risco por essas ações, que acredito serem arrogantes, equivocadas e que afinal de contas não irão ajudar em nada", afirmou.

Holder acrescentou que o governo Obama está avaliando quais leis, além da Lei de Espionagem, podem ser usadas para punir os responsáveis pela informação.

Em entrevista à rádio BBC, o chanceler britânico, William Hague, disse que a divulgação foi "particularmente repreensível", por ameaçar "a segurança de milhões de pessoas".

"Ideias para jihadistas"

John J. LeBeau, ex-agente da CIA e hoje professor de estudos da segurança no Centro George C. Marshall, da Alemanha, disse que a lista "pode colocar ideias nas cabeças jihadistas sobre a lucratividade dos alvos".

"Mas acho que a verdadeira história aqui é que colocar esse tipo de material online deixa claro que o WikiLeaks não liga para as consequências das suas ações. Se os vazamentos complicam a postura de segurança dos EUA ou do Ocidente em geral, o WikiLeaks está indiferente."

O material divulgado apresenta informações detalhadas sobre instalações cuja perda poderia impactar a saúde pública, a economia ou a segurança nacional dos Estados Unidos. Foi redigido depois de, no ano passado, o Departamento de Estado ter pedido às missões dos EUA no exterior uma lista desse tipo de instalações.

O telegrama faz referência a lugares onde cabos de comunicações submarinos se conectam com rotas terrestres e energéticas, incluindo o oleoduto Baku-Tbilisi-Ceyhan, que vai do Azerbaijão à Turquia.

"Embora não estejamos comentando detalhes específicos dos documentos roubados, uma lista de infraestruturas críticas certamente se encaixaria na categoria de material nocivo que fornece informações valiosas aos nossos adversários", disse o porta-voz militar David Lapan.

"Essa é uma das muitas razões pelas quais acreditamos que as ações do WikiLeaks sejam irresponsáveis e perigosas", disse Lapan.

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