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Washington se reúne para despedida de McCain, com exceção de Trump

Em uma semana de eventos solenes que marcaram a morte de McCain, Trump esteve e estará ausente da capital

Donald Trump não participará da despedida do senador John McCain (Brian Snyder/Reuters)

Donald Trump não participará da despedida do senador John McCain (Brian Snyder/Reuters)

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Reuters

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 09h12.

Washington - Quando os líderes políticos de Washington se reunirem nesta sexta-feira no Capitólio para lembrar o senador John McCain, que morreu no fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá viajado para um de seus clubes de golfe particulares para um evento de arrecadação.

Em uma semana de eventos solenes que marcaram a morte de McCain, Trump esteve e estará ausente da capital, um reflexo da animosidade entre os dois homens que perdurou até depois da morte do senador do Arizona, no sábado, de câncer cerebral.

Trump tampouco comparecerá ao serviço de sábado na Catedral Nacional de Washington, durante o qual o ex-presidente Barack Obama, o democrata que derrotou McCain na eleição presidencial de 2008, e o ex-presidente republicano George W. Bush prestarão homenagem a McCain.

Tradicionalmente presidentes norte-americanos no cargo "servem como uma fonte de consolo e conforto" ao país em momentos de perda e tragédia, disse Julian Zelizer, historiador da Universidade Princeton.

O relacionamento Trump-McCain deixou pouco espaço para isso. Em 2015, não muito depois de Trump iniciar sua campanha presidencial, McCain criticou a retórica linha-dura do então pré-candidato sobre a imigração ilegal, acusando-o de "incentivar os malucos".

Trump reagiu, dizendo sobre os cinco anos e meio de McCain como prisioneiro de guerra no Vietnã: "Ele foi um herói de guerra porque foi capturado. Gosto de pessoas que não foram capturadas". Trump recebeu cinco adiamentos que o livraram do serviço militar.

Mais recentemente McCain acusou Trump de se curvar ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma cúpula de julho em Helsinque. Tratou-se, segundo McCain, de "uma das atuações mais vergonhosas de um presidente americano já vistas".

Trump, por sua vez, impediu a divulgação de qualquer comunicado oficial depois da morte de McCain. A certa altura a bandeira dos EUA no alto da Casa Branca, que estivera a meio-mastro, foi reerguida e depois baixada novamente porque Trump foi atacado pelo Congresso e por veteranos.

"As ações do presidente no primeiro dia da morte (de McCain) foram muito mesquinhas", disse Zelizer.

Mas ele observou que muitos republicanos, incluindo alguns do Arizona, expressavam frustração com as posições moderadas de McCain em algumas questões, refletindo a natureza instável do Partido Republicano que Trump capitalizou.

McCain deixou claro a familiares e amigos que queria que o ex-vice-presidente democrata Joe Biden, Bush e Obama discursassem em seu enterro, mas que Trump não seria bem-vindo.

 

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