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Washington expressa preocupação com Boko Haram na Nigéria

Os combatentes do Boko Haram avançaram a um ritmo surpreendente nas últimas semanas, infligindo uma série de derrotas às forças nigerianas


	Integrantes do Boko Haram: tomada da cidade estratégica de Bama foi confirmada oficialmente
 (Ho/AFP)

Integrantes do Boko Haram: tomada da cidade estratégica de Bama foi confirmada oficialmente (Ho/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 18h11.

Os Estados Unidos expressaram nesta quinta-feira sua grande preocupação com a ameaça representada pelo grupo islamita nigeriano Boko Haram, no momento em que milhares de pessoas fogem do nordeste do país, controlado pelos insurgentes.

Os combatentes do Boko Haram avançaram a um ritmo surpreendente nas últimas semanas, infligindo uma série de derrotas às forças nigerianas e tomando várias localidades, onde se multiplicam os abusos contra civis.

Nesta quinta-feira, a tomada da cidade estratégica de Bama foi confirmada oficialmente.

Os insurgentes ameaçam agora cercar e atacar Maiduguri, capital do estado de Borno e cidades da região nordeste, que possui mais de um milhão de habitantes, de acordo com o último censo de 2006.

Bama, segunda maior cidade do estado de Borno, fica 70 km a sudeste de Maiduguri.

"Estamos muito preocupados com a suposta queda de Bama e o risco de ataques em Maiduguri, onde a população pagaria um preço muito alto", declarou a secretária de Estado adjunta para a África, Linda Thomas-Greenfield, durante uma visita a Abuja, capital da Nigéria.

"O futuro da Nigéria e de seus filhos está em perigo", advertiu a diplomata, exortando o governo a agir em conjunto e enfrentar a "realidade".

"Passou o tempo da negação e do orgulho", disse. "Não há mais direito de cometer erros".

Novos testemunhos de habitantes confirmaram nesta quinta-feira que Bama está em poder de militantes islamitas, que iniciaram o ataque à cidade na segunda-feira e assumiram o controle após intensos combates com o Exército.

"A verdade é que os combatentes do Boko Haram controlam Bama", disse à AFP Muhammadu Tumatur, um morador em fuga que chegou a Maiduguri na noite de quarta-feira.

As forças de segurança se retiraram da cidade.

"Os insurgentes não atacaram os moradores, mas muitos decidiram ir embora", declarou Mustapha Tor, um outro habitante de Bama. "Nós sabemos o que eles fizeram em Gamboru Nglala", onde muitos dos moradores foram mortos.

O Boko Haram quer estabelecer um califado - um Estado islâmico de leis rígidas - no nordeste da Nigéria. Desde o início de sua insurreição, em 2009, mais de 10.000 pessoas morreram, de acordo com as autoridades.

A Nigéria e seus vizinhos pediram ajuda à comunidade internacional na quarta-feira. Eles querem auxílio para impedir o fornecimento de armas e dinheiro ao Boko Haram, que possui armamentos superiores aos do Exército nigeriano.

Em Maiduguri, dezenas de milhares de pessoas - incluindo jovens de milícias locais, policiais, soldados aposentados e caçadores - se reuniram em frente ao palácio do Shehu, como é chamado o chefe tradicional, e juraram defender a cidade contra o Boko Haram.

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