Vulcão Mayon: 77.270 pessoas tiveram que deixar suas casas para ser realojadas em 60 refúgios provisórios da região (Romeo Ranoco/Reuters)
EFE
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 10h39.
Manila - Mais de 77 mil pessoas foram evacuadas nos arredores do vulcão filipino Mayon, situado no leste da Filipinas, que entrou nesta sexta-feira em erupção em quatro ocasiões após quase duas semanas de intensa atividade.
Um total de 77.270 pessoas reunidas em 20.053 unidades familiares tiveram que deixar suas casas para ser realojadas em 60 refúgios provisórios da região, informou à Agência Efe Rachel Ann Miranda, porta-voz do Escritório de Defesa Civil da província de Albay.
Os evacuados são residentes de diversas localidades situadas na zona de exclusão, delimitada em um raio de 8 quilômetros desde a cratera e que inclui uma área de máximo perigo em uma raio de 6 quilômetros.
As quatro novas erupções do Mayon, situado cerca de 350 quilômetros ao sudeste de Manila, ocorreram entre 0h e 14h local (entre 16h de quinta-feira e 6h, de hoje), segundo indicou à Efe o técnico especialista Winchelle Sevilla da PHIVOLCS, a agência vulcanológica filipina.
As eruções geraram colunas de gases e cinzas, fortes estrondos e alimentaram os rios de lava que já superam os 3 quilômetros de comprimento desde a cratera, enquanto o fluxo piroclástico - mistura de gases e materiais quentes - alcança 5 quilômetros.
As autoridades mantêm o alerta no nível quatro - que considera possível uma explosão perigosa nas próximas horas ou dias - de uma escala de 5.
"Esperamos que as eruções de lava sigam nos próximos dias", declarou a especialista da PHIVOLCS, que no entanto reconheceu que é impossível prever se o vulcão ficará mais violento ou se acalmará nos próximos dias.
A intensa atividade do Mayon, que despertou em seis ocasiões nas últimas três décadas, gerou medo de uma repetição da trágica explosão do Pinatubo (noroeste de Manila) em 1991, a segunda maior do mundo no século XX que deixou 850 mortos e mais de 1,3 milhão de deslocados.
No entanto, os especialistas da PHIVOLCS descartam que o Mayon possa gerar uma erupção tão potente como a do Pinatubo.