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Vulcão chileno ainda pode dar dor de cabeça

Puyehue, que levou ao cancelamento de voos neste fim de semana e na manhã de hoje, continua em processo de erupção, podendo gerar surpresas nos próximos meses

Puyehue visto de um satélite da Nasa: atividade do vulcão no Chile pode durar meses (NASA Earth Observatory)

Puyehue visto de um satélite da Nasa: atividade do vulcão no Chile pode durar meses (NASA Earth Observatory)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de outubro de 2011 às 18h26.

São Paulo – A notícia do cancelamento de voos para Buenos Aires e Montevidéu, entre ontem e a manhã de hoje, em função das cinzas do vulcão chileno Puyehue causou um certo estranhamento. Afinal, já se vão quatro meses desde que o vulcão entrou em forte atividade, no mês de junho, causando a interrupção das viagens por semanas seguidas.

Mas nos últimos dois meses, com a retomada dos voos, praticamente não se ouviu mais falar dele. Até este fim de semana, quando mais de 150 voos com destino a Buenos Aires tiveram de ser cancelados por causa da presença de cinzas no céu. O fenômeno ressurgiu após um temporal com ventos intensos no sudoeste da Argentina carregar as partículas para a direção nordeste.

Outra surpresa: apesar da aparente calmaria nos últimos meses, o vulcão Puyehue continua em erupção, como mostra a imagem acima, feita por um satélite da Nasa no dia 9 de outubro. Segundo boletim divulgado hoje pelo Serviço Nacional de Geologia e Mineração do Chile, o “processo eruptivo é de baixa intensidade, com tendência estável e pouca emissão de material particulado”. No entanto, não está descartada a possibilidade de mudanças na dinâmica e eventos mais intensos.

De acordo com o professor Valdecir de Assis Janasi, do Departamento de Mineralogia e Geotectônica do Instituto de Geociências (IGc) da USP, uma mudança nos ventos, como a corrida neste fim de semana na região, já é suficiente para deslocar as cinzas do vulcão e gerar trantornos para as empresas áreas.

“Além disso, os processos de erupção podem demorar meses, há registros de atividades em vulcões nos Andes de mais de um ano de duração”, afirma. E alerta: “Ainda que o vulcão entre num período de quietude, ele pode, eventualmente, retomar a atividade”.

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