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Trump diz que vai exigir que Biden faça "teste de drogas" antes de debate

O presidente americano enfrenta o candidato democrata Joe Biden na eleição de 3 de novembro. O primeiro debate acontece nesta terça-feira

Joe Biden: candidato democrata está à frente nas pesquisas nacionais, mas resultados estão apertados. (Kevin Lamarque/Reuters)

Joe Biden: candidato democrata está à frente nas pesquisas nacionais, mas resultados estão apertados. (Kevin Lamarque/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 27 de setembro de 2020 às 13h28.

Última atualização em 27 de setembro de 2020 às 13h41.

Faltam dois dias para o primeiro debate das eleições americanas. E o presidente americano, Donald Trump, falou sobre o evento neste domingo, 27, em seu Twitter. Trump escreveu que, antes do debate nesta semana, vai "fortemente" exigir que o rival Joe Biden faça um "teste de drogas".

"Eu vou fortemente exigir um teste de drogas no 'sonolento' Joe Biden antes, ou depois, do debate de terça à noite. Naturalmente, eu vou concordar em fazer um também", escreveu.

Trump afirmou ainda que as performances de Biden em debates têm sido "irregulares" e que "só drogas poderiam ter causado essa discrepância".

Trump se refere ao rival como sleepy Joe Biden, fazendo referência à idade já avançada do rival e classificando-o como "sonolento". Biden tem 77 anos e Trump, 74.

O debate de terça-feira abre a série de três encontros que os candidatos terão antes da eleição americana, em 3 de novembro. O primeiro embate acontecerá de forma presencial em Cleveland, no estado de Ohio. O debate é moderado pelo âncora da Fox News, Chris Wallace.

Nova pesquisa da ABC News e do jornal Washington Post divulgada neste domingo mostra Biden com 10 pontos de vantagem contra Trump nacionalmente (54% ante 44% dos votos).

Contudo, nos estados decisivos no colégio eleitoral -- isto é, os que historicamente não são nem republicanos, nem democratas --, a disputa está acirrada segundo as pesquisas.

Biden aparece ganhando em lugares como Flórida, Michigan, Wisconsin, Arizona e Pensilvânia, mas com poucos pontos de vantagem. Também há empates em lugares como Geórgia, Ohio e Iowa.

(Arte/Exame)

Biden tem liderado as pesquisas entre eleitores mais jovens, negros, latinos e -- o que é essencial nesta eleição -- os que pretendem votar pelo correio. Trump voltou a supor neste domingo que podem haver fraudes na eleição e escreveu em letras garrafais a mensagem "PRESTEM ATENÇÃO NAS URNAS".

Escolha para a Suprema Corte

Trump também usou o Twitter neste fim de semana para falar sobre o papel da Suprema Corte, e compartilhou postagens de apoiadores que elogiaram sua escolha de Amy Barrett para o tribunal, anunciada ontem.

Barrett, juíza conservadora de 48 anos, foi indicada pelo presidente para substituir Ruth Ginsburg, conhecida por seu legado progressista e que morreu na semana passada. Se a nomeação de Barrett for confirmada pelo Senado -- que é de maioria republicana --, a Corte passa a ter maioria conservadora de 6 votos a 3.

Neste domingo, Trump também falou sobre possível papel da Suprema Corte em "acabar com o Obamacare", o programa de saúde do ex-presidente Barack Obama.

Além de pautas caras aos conservadores como saúde, aborto e posse de armas, a Corte também pode ser chamada a decidir nesta eleição presidencial. Como pelo correio os votos demoram mais a serem contados, um temor do Partido Democrata é que Trump anuncie vitória antes da contagem final dos votos.

Assim, os EUA podem passar dias depois de 3 de novembro sem saber o vencedor, o que abre espaço para que Trump alegue que há fraude (o debate foi tema do podcast EXAME Política — temporada Eleições Americanas, que você escuta abaixo).

A Corte já precisou entrar em cena na eleição presidencial de 2000, na contagem dos votos da Flórida na disputa entre George W. Bush contra Al Gore.

 

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