Roma - A Junta de Porta-vozes do Senado da Itália decidiu nesta terça-feira fixar para o próximo dia 27 a votação em plenário da possível expulsão do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi da câmara alta do parlamento devido à sua condenação, pela Suprema Corte, a 4 anos de prisão.

Os membros da Junta informaram ao término da reunião que tiveram hoje que não houve unanimidade na aprovação dessa data para a votação, o que faz com que se cogite a possibilidade de a marcação desta votação tenha que ser agora ratificada também em plenário.

Contra esta data, por querer que a votação acontecesse antes do dia 27, se mostraram tanto o Movimento 5 Estrelas (M5S), do comediante Beppe Grillo, como o grupo Esquerda Ecologia Liberdade (SEL), aliado do Partido Democrata (PD), do primeiro-ministro Enrico Letta, nas últimas eleições.

A ideia é que a votação sobre a aplicação a Berlusconi da chamada 'lei Severino' do governo de Mario Monti, que impõe a expulsão de um parlamentar condenado a mais de dois anos de prisão, aconteça depois da aprovação na câmara alta dos orçamentos do Estado para 2014, um trâmite que, se for prolongado em excesso, pode atrasar a questão sobre o ex-primeiro-ministro.

O partido de Berlusconi, o conservador Povo da Liberdade (PDL), reivindica que seja invalidada a decisão dessa comissão por considerar que foi violado seu regulamento interno devido à divulgação, pelo senador do M5S Vito Crimi, de um comentário 'ofensivo' a Berlusconi durante a deliberação do caso.

Berlusconi foi condenado pela Suprema Corte italiana no dia 1º de agosto por fraude fiscal no caso Mediaset a quatro anos de prisão (que foram reduzidos a um com base em uma lei de indultos de 2006) e a uma pena de inabilitação que uma Corte de Milão reduziu de cinco para dois anos no último dia 19, questão esta última ainda recorrível.