Boeing 777 da Malaysian Airlines desaparecido em foto de 2011: avião pode ter caído no sul do Oceano Índico (Wikimedia/Laurent ERRERA)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2015 às 10h12.
Sydney - O diretor da equipe de buscas do voo MH370, Peter Foley, garantiu neste sábado que o avião que se acidentou no dia 8 de março do ano passado será localizado em algum lugar do Oceano Índico.
'Sei que em algum momento me telefonarão no meio da noite. Isso vai acontecer', disse Foley, o diretor do Escritório de Segurança dos Transportes da Austrália, segundo o jornal 'Sydney Morning Herald'.
Até o momento, não foi encontrado nenhum rastro físico do Boeing 777-200, que perdeu contato com a torre de comando 40 minutos depois de decolar de Kuala Lumpur, na Malásia, com destino a Pequim, na China, naquele que é considerado um dos maiores mistérios da história da aviação civil.
A hipótese do que pode ter acontecido 'em termos matemáticos é infinita', declarou à Agência Efe Fernando Marián de Diego, especialista da Associação Profissional de Controladores de Trânsito Aéreo (Aprocta) da Espanha, após enfatizar que 'a única certeza que se tem é que o avião já não está voando'.
A Austrália, país responsável de coordenar as buscas internacionais por ser o mais próximo do local onde se acredita que caiu o avião, prometeu, desde o início, fazer o possível para encontrar os destroços do MH370 e destinou para isso cerca de US$ 65,4 milhões.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, disse nesta semana, ao lembrar o primeiro aniversário do acidente, que apesar de estarem confiantes que 'a busca será bem-sucedida', também não podem 'prometer que este rastreamento seguirá com esta mesma intensidade para sempre'.
A possibilidade de uma diminuição na intensidade das buscas incomodou os parentes dos desaparecidos, como foi o caso de Prue Tomblin, mãe de Paul Weeks, um dos seis australianos a bordo da aeronave.
'Acho que é mais difícil de aguentar agora do que há um ano atrás, porque estamos em um limbo total', comentou a mulher de 58 anos ao jornal 'The West Australia', e insistiu que não deve haver um retrocesso nos esforços para esclarecer o destino final do MH370.
As buscas começaram com uma grande operação por mar e ar, que chegou a contar com a participação de 26 países e que levou a pesquisa do golfo da Tailândia até o sul do Oceano Índico, em uma área identificada como 'sétimo arco' e que compreende ao local onde, segundo os cálculos físicos, o combustível se esgotou e o MH370 caiu no mar.
Após o fracasso do rastreamento por mar e ar, começaram as operações submarinas, para as quais foram contratadas quatro embarcações da empresa Fugro, especializada neste tipo de trabalho.
O primeiro passo dessa segunda fase começou em outubro, com o objetivo de elaborar um mapa do leito submarino de cerca de 60 mil quilômetros quadrados, uma tarefa que já foi completada em 40% e que deve ser concluída em maio.
'Se não conseguirmos encontrar o avião ao término do rastreamento, acontecerão novas conversas entre Austrália, Malásia, Indonésia, China e, potencialmente, outras partes, sobre os seguintes passos', informou à Efe a assessoria de imprensa do ministro australiano dos Transportes, Warren Truss.
Os especialistas ainda não sabem com segurança o que aconteceu, mas acredita-se que o avião mudou de rumo 'em uma ação deliberada', cerca de 40 minutos após a decolagem em Kuala Lumpur.
A partir daí, a hipótese mais provável é que a aeronave voou com todos os seus ocupantes inconscientes pela falta de ar até ficar sem combustível e cair no mar.
Nas primeiras semanas após o acidente, foi levantada a possibilidade de um atentado terrorista e de um sequestro com a cumplicidade do piloto.
A bordo da aeronave havia 153 chineses, 50 malaios - 12 deles tripulantes -, sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiwanês e dois iranianos que embarcaram com passaportes roubados na Tailândia, um italiano e o outro austríaco.
O desaparecimento do MH370 serviu de incentivo para que Austrália, Indonésia e Malásia embarcassem em um projeto para criar um sistema que controle a posição dos aviões sobre áreas oceânicas a cada 15 minutos, ao invés dos intervalos de 30 e 40 minutos atuais. EFE
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