Rússia: Vladimir Putin assume 5º mandato como presidente (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 7 de maio de 2024 às 09h11.
Putin foi reeleito em março, com 87% dos votos, em um pleito amplamente questionado pelo Ocidente, por não garantir a participação dos principais nomes da oposição, além de outras medidas que minaram a concorrência. Apesar disso, o líder russo conquistou dez pontos percentuais a mais do que em 2018, em uma votação que durou três dias e contou com comparecimento recorde de 74,22%, segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC).
O presidente fez apelos patrióticos durante a cerimônia de posse, uma narrativa muito utilizada por ele ao se projetar como líder forte ao longo das décadas. Putin se disse disposto a alcançar a "vitória", em um momento em que o país enfrenta uma guerra na Ucrânia e é alvo de sanções internacionais.
"Enfrentamos este período difícil com dignidade e sairemos fortalecidos", afirmou Putin, em discurso no Kremlin. "Somos uma nação grande e unida. Juntos, vamos superar todos os obstáculos, vamos concretizar tudo que foi planejado. Juntos, venceremos", acrescentou.
A oposição russa no exílio reagiu ao início do quinto mandato do presidente russo. Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Navalny, acusou o presidente de ser "mentiroso, ladrão, assassino", em um vídeo publicado nas redes sociais.
"Nosso país é governado por um mentiroso, um ladrão, um assassino. Mas isto, sem dúvida, acabará", disse Navalnaya, cujo marido, o principal opositor do Kremlin, morreu em fevereiro em uma penitenciária isolada da região do Ártico. "[Com Putin] no comando, nosso país não terá nem paz, nem desenvolvimento, nem liberdade."
Navalnaya, os seus seguidores e vários líderes estrangeiros acusaram o presidente russo pelo assassinato de Alexei Navalny, que cumpria uma longa pena de prisão por "extremismo". O Kremlin nega as acusações.
"Em cada um dos seus mandatos, a situação só piora e é assustador imaginar o que acontecerá enquanto Putin permanecer no poder", completou, antes de citar "centenas de presos políticos na Rússia que enfrentam condições desumanas".