9 vitórias e 4 derrotas de Michael Bloomberg em Nova York
Depois de 12 anos na prefeitura, o bilionário deixou um legado indiscutível, mas também acumulou alguns tropeços
As vitórias e derrotas de Michael Bloomberg na prefeitura de Nova York (Eduardo Munoz/Reuters)
Guilherme Dearo
Publicado em 6 de novembro de 2013 às 17h37.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h24.
1. As vitórias e derrotas de Michael Bloomberg na prefeitura de Nova Yorkzoom_out_map
1/14(Eduardo Munoz/Reuters)
São Paulo - A cidade de Nova York pode dizer que teve, por 12 anos, um prefeito bilionário. Poderia ter sido apenas quatro anos. Mas Michael Bloomberg, o "pai dos nova-iorquinos", se reelegeu e ainda conseguiu, posteriormente, mudar a lei e aprovar um terceiro mandato. O empresário dono do império de comunicação que leva seu nome chegou à prefeitura em 2002. Encontrou uma cidade abalada com os atentados terroristas de 11 de setembro e com diversar dívidas. Era preciso economizar e recuperar a autoestima dos moradores. A popularidade de Bloomberg nunca foi das maiores, mas, mesmo assim, ele acumulou muito mais acertos que erros nos últimos 12 anos. Agora, no dia 5 de novembro, os nova-iorquinos vão às urnas para eleger o sucessor de Bloomberg. Após 12 anos, entenda o que Michael Bloomberg fez por Nova York Veja a seguir as principais vitórias e derrotas de Bloomberg, o 108º prefeito de Nova York.
Vitória 1 - A criação do High Line Park Entre 1929 e 1934, foi construída uma linha férrea no lado oeste da cidade acima do nível das ruas. Era chamada de “Live Line”, pois transportava animais vivos, carnes, verduras e outros alimentos que abasteciam os armazéns locais. Nos anos 1980, os armazéns fecharam e os trens pararam de circular na linha. Muitos trechos foram destruídos, mas uma parte ficou de pé, esquecida. Em 1999, a prefeitura falava em demolir a parte restante. Contudo, dois moradores da região criaram uma associação de bairro para impedir a destruição. Em 2002, Michael Bloomberg comprou a ideia e, em 2009, foi inaugurado um parque, o High Line. Virou uma das principais atrações turísticas da cidade e um caso de sucesso no mundo, citado por todos quando se fala em planejamento urbanístico e revitalização.
Vitória 2 - Proibição dos cigarros em locais públicos
A cidade já restringia o fumo em locais públicos, como bares e restaurantes.
Em 2011, o prefeito estendeu a proibição para a parques e praias. Em calçadas, só se distante 4,5 metros de porta de bares e outros estabelecimentos comerciais.
Vitória 5 - Proibição da gordura trans nos restaurantes
Em 2007, Bloomberg aprovou na cidade um regulamento para banir o uso de gordura vegetal hidrogenada em todos os restaurantes. Em 2012, uma pesquisa descobriu que, na dieta do nova-iorquino, a quantidade média por refeição de gordura trans tinha caído de três gramas para 0,5 gramas.
Vitória 6 - Mais bicicletas, menos carros Em 2013, Nova York inaugurou o maior sistema de aluguel de bicicletas dos Estados Unidos. Em parceria com o Citi Bank, seis mil veículos em 333 estações foram espalhadas pela cidade. Entre 2008 e 2012, 450 quilômetros de ciclovias foram inaugurados.
Vitória 7 - De novo, mais quatro anos A manobra em 2009 para convencer os legisladores a mudarem a lei e permitir um terceiro mandato para o cargo de prefeito – quando um referendo já tinha mostrado que a população não concordava com o fato – rendeu a ele o apelido de “Hugo Chávez”. Venceu as eleições de 2009 por uma margem apertada e gastou incríveis 110 milhões de dólares na campanha.
Vitória 8 - Menos poluição, mais verde A prefeitura investiu em políticas de sustentabilidade, se preocupando com a qualidade do ar, principalmente. Para diminuir a fuligem, a gestão de Bloomberg converteu o sistema de aquecimento de 2.700 edifícios, trocando a queima de óleo pelo uso de combustíveis mais limpos. A emissão de gases de efeito estufa na cidade caiu 13% desde 2005. Foi criada ainda o PlaNYC, um plano da prefeitura que pediu para que órgãos municipais identificassem lotes vagos que pudessem ser usados para agricultura urbana.
Vitória 9 - Descentralizando Nova York O incentivo à criação de incubadoras pela cidade e à criação de áreas verdes para agricultura ajudou na revitalização de muitos bairros periféricos, fora da ilha de Manhattan. Williamsburg, por exemplo, no Brooklyn, passou a ser um novo bairro badalado da cidade, atraindo pessoas interessadas em moda e gastronomia. Além disso, a criação de empregos e novos negócios foi essencial para esses bairros. Do começo da década até 2012, a criação de empregos em bairros fora de Manhattan foi quatro vezes mais rápida que em Manhattan, ajudando a valorizar bairros periféricos.
Derrota 2 - Veto às Olimpíadas em Nova York A decisão de abandonar o sonho olímpico para Nova York deixou os moradores da cidade muito tristes e abalou a popularidade de Bloomberg, apesar de ter ajudado a balancear as contas da cidade. Seu antecessor, Rudolph Giuliani, queria construir um estádio em Manhattan de um bilhão de dólares para colocar a cidade na corrida pelas Olimpíadas de 2012. Bloomberg engavetou o projeto assim que assumiu a prefeitura, que estava muito endividada.
Derrota 3 - Contra o projeto inicial do novo World Trade Center Assim que assumiu o cargo, ele deixou claro que não queria outras torres gigantescas no local onde eram as Torres Gêmeas, destruídas em 11 de setembro de 2001.
Preferia construir algo mais discreto: um memorial às vítimas do atentado e pequenos prédios comerciais. Doze anos depois, a nova paisagem da cidade, com novos e altos prédios no Marco Zero, mostra que ele foi voto vencido.
A maioria das pessoas gostaria de andar pelas ruas de sua cidade e topar com um desenho do grafiteiro Banksy, o inglês super cool que não revela nome e rosto e ainda assim é uma celebridade mundial aclamada por artistas. Não Bloomberg.
Quando o artista desembarcou para uma residência na cidade, ele disse que os grafites dele “não se encaixavam em seu conceito de arte”.
A opinião do prefeito não ganhou muitas adesões. Os nova-iorquinos e turistas fizeram fila para posar ao lado dos trabalhos do inglês.
Democrata até o ano 2000, ex-procuradora-geral da Flórida defendeu Trump durante 1º processo de impeachment e ajudou a ecoar as mentiras fabricadas sobre as eleições 2020