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Vitória espanhola não melhora PIB do país

Madri - A Copa do Mundo que terminou ontem à tarde com a vitória da Espanha irá melhorar a auto-estima e a percepção do país fora de suas fronteiras, mas não deve repercutir diretamente no Produto Interno Bruto (PIB). Nos últimos anos, diferentes estudos tentaram medir o impacto econômico da Copa na economia dos finalistas. […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Madri - A Copa do Mundo que terminou ontem à tarde com a vitória da Espanha irá melhorar a auto-estima e a percepção do país fora de suas fronteiras, mas não deve repercutir diretamente no Produto Interno Bruto (PIB).

Nos últimos anos, diferentes estudos tentaram medir o impacto econômico da Copa na economia dos finalistas.

Em 2006, quando o Mundial foi realizado na Alemanha, o banco holandês ABN Amro realizou um estudo que afirmava que o PIB do país ganhador teria um crescimento adicional de 0,7%, ao mesmo tempo em que o do país perdedor se reduziria em 0,3%.

No entanto, o próprio relatório reconhecia que nem a Alemanha após ganhar o campeonato de 1974, nem Argentina após vencer a Copa em 1978 tiveram aumentos do PIB.

Neste ano, o MasterCard publicou um estudo realizado pela KRC Research que calculava que levantar a taça da Copa podia render lucros próximos aos 50 bilhões de euros.

O economista-chefe do Intermoney, José Carlos Díez, explicou hoje à Agência Efe que não se pode negar um efeito positivo na imagem exterior da Espanha e inclusive uma pequena alta do consumo interno, mas que é quase impossível medir esse impacto mediante porcentagens do PIB.

Díez lembrou que com as três partidas disputadas em junho já foi possível notar um aumento do consumo, embora ele duvide que isso suponha "coçar alguma décima para o PIB".

Ao mesmo tempo, manifestou suas dúvidas de que o crescimento da Holanda se veja prejudicado pela derrota.

Em qualquer caso, acrescentou, o efeito seria a muito curto prazo, excetuando a melhora da auto-estima da Espanha pelo que denomina o "impacto nas emoções" de um objetivo perseguido há mais de 50 anos.

Ele admitiu sim uma melhora na imagem exterior, já que expor o nome do país para 700 milhões de pessoas no mundo todo "não se pode pagar com dinheiro".


A euforia contagiou também a alguns membros do Governo espanhol, já que o ministro da Indústria, Comércio e Turismo, Miguel Sebastián, se mostrou convencido há poucos dias de que se a Espanha ganhasse o Mundial a previsão de crescimento do PIB poderia melhorar.

Estefanía Ponte, da Fortis BNP Paribas, reconheceu que parte do efeito ficará refletido nos dados de consumo do segundo trimestre e talvez nas vendas a varejo de julho, mas esclareceu que o efeito será temporário.

Ainda mais cético foi Álvaro Blasco, da Atlas Capital, que lembrou que a situação atual é "muito complexa" e a crise muito profunda.

A incidência da vitória da Espanha, assinalou, será mínima, e se limitará a uma "miragem passageira" que terá talvez um efeito visível em um pequeno aumento da despesa, mas só.

Para a indústria espanhola, acrescentou, o impacto é nulo, e ironizou ao apontar que "inclusive a maioria das bandeiras e camisetas não são fabricadas na Espanha".

Em seu relatório semanal, o economista-chefe do Royal Bank of Scotland (RBS) expressou o desejo de que o empurrão esportivo seja acompanhado pela recuperação econômica, e disse que a Espanha "precisará de todas suas reservas" para manter seu espírito competitivo nos próximos anos.

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