O presidente da Síria, Bashar al-Assad, sucedeu seu pai, que tomou o poder com um golpe em 1970 (SANA/Handout/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de maio de 2021 às 14h21.
Última atualização em 3 de maio de 2021 às 14h41.
O maior tribunal constitucional da Síria aprovou nesta segunda-feira a inscrição do presidente do país, Bashar al-Assad, para concorrer na eleição presidencial de 26 de maio, na qual sua vitória é quase certa.
A corte aprovou dois outros candidatos, Abdallah Saloum Abdallah e Mahmoud Ahmed Marei, mas a candidatura de Assad é praticamente uma garantia de um quarto mandato, o que amplia seu governo para mais de duas décadas.
Assad está no poder desde 2000 e sucedeu seu pai, que tomou o poder com um golpe em 1970. A Síria sofre com uma guerra civil desde 2011, mas o governo Assad recapturou a maior parte dos territórios antes ocupados pelos rebeldes que tentam depô-lo.
Os candidatos precisam ter morado na Síria nos últimos dez anos, o que exclui figuras exiladas da oposição. As autoridades também prenderam dezenas de ativistas que questionaram a legitimidade da votação.
Os Estados Unidos e a oposição síria repudiaram a eleição planejada, que veem como uma farsa concebida para consolidar o governo autoritário de Assad.
Autoridades de alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram neste mês que a eleição não obedece resoluções de seu Conselho de Segurança, que pede um processo político que encerre o conflito na Síria, uma nova Constituição e eleições administradas sob supervisão da ONU com "os padrões mais elevados de transparência e responsabilização".
Por Kinda Makieh em Damasco e Suleiman al-Khalidi em Amã