O acordo foi realizado com base em uma lei de Minnesota aprovada em 2013, que permite processar agressores em casos que já haviam prescrito (Joe Klamar/AFP/AFP)
AFP
Publicado em 1 de junho de 2018 às 09h23.
Última atualização em 1 de junho de 2018 às 09h26.
Uma arquidiocese da Igreja Católica no estado americano de Minnesota fechou nesta quinta-feira um acordo de 210 milhões de dólares com mais de 100 vítimas de abusos cometidos por integrantes do clero, após uma longa disputa judicial.
A arquidiocese de Saint-Paul e Mineápolis, que recorreram em 2015 à proteção da lei de falências, informou que o acordo deve responder a todas as demandas, terminar com o processo de falência e permitir a criação de um fundo financeiro especial para 450 vítimas.
"Os sobreviventes dos abusos podem esperar seus pagamentos assim que o tribunal aprovar o plano", disse o arcebispo Bernard Hebda.
"Estou grato por todas as vítimas sobreviventes que, corajosamente, se apresentaram", afirmou durante uma entrevista coletiva.
"Reconheço que os abusos roubaram muito de vocês... A Igreja os decepcionou, sinto muito".
As vítimas receberam a notícia do acordo com alívio, mas destacaram que as cicatrizes emocionais continuam.
"Este é um grande dia para todos nós e para todos os sobreviventes", afirmou Jamie Heutmaker.
O acordo foi possível graças a uma lei de Minnesota aprovada em 2013, que permite processar os supostos agressores em casos que já haviam prescrito.
O acordo encerra um dos mais longos processos de casos de abusos vinculados à Igreja Católica nos Estados Unidos.
Em 2012, analistas citaram no Vaticano a cifra de 100.000 menores de idade vítimas de abuso por milhares de membros do clero nos Estados Unidos, com alguns casos que aconteceram em 1950.