No local também foram encontrados projéteis de armas de fogo, pedaços de roupas e calçados (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2011 às 22h18.
Buenos Aires - Os restos mortais de ao menos 15 pessoas foram encontrados em um prédio do Exército onde funcionou o maior centro clandestino de presos da ditadura, na província argentina de Tucumán, revelou nesta quarta-feira o Centro de Informação Judicial (CIJ).
A descoberta ocorreu em meio às escavações realizadas pela Equipe Argentina de Antropologia Forense no antigo Arsenal Miguel de Azcuénaga, na cidade de Tucumán.
"Até o momento encontramos ossos correspondentes a ao menos 15 indivíduos, parcialmente queimados, situados em diferentes profundidades", assinala o site do CIJ.
"Os corpos estavam na posição como caíram" e os especialistas estimam que a "fossa foi incendiada", como revelam restos de pneus e vestígios de combustão".
No local também foram encontrados projéteis de armas de fogo, pedaços de roupas e calçados.
O achado foi divulgado pouco depois da identificação do corpo do ex-senador Guillermo Vargas Aignasse, desaparecido em abril de 1976, após o golpe de Estado de março do mesmo ano. Os restos mortais do político estavam em outro centro de detenção, conhecido como Pozo de Vargas.
Em 2008, o general Antonio Domingo Bussi foi condenado à prisão perpétua pelo desaparecimento de Aignasse.
O Arsenal Miguel de Azcuénaga, base da chamada "Operação Independência" contra a guerrilha de esquerda em 1975, abrigou um campo de concentração de presos políticos durante a ditadura militar (1976/83).
A ditadura argentina deixou cerca de 30 mil desaparecidos, segundo organismos dos direitos humanos.