Mulher e soldado na Somália: condenados têm a possibilidade de evitar a prisão caso paguem a multa de um euro, aproximadamente, por cada dia de prisão (Siegfried Modola/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 12h46.
Mogadíscio - Um tribunal da Somália condenou nesta segunda-feira a seis meses de prisão, com suspensão condicional da pena, uma mulher vítima de suposto estupro, assim como dois jornalistas que informaram o crime, a penas de prisão.
A vítima de 19 anos, também jornalista, acusou em novembro colegas de trabalho pelo estupro e foi condenada por "calúnias", anunciou o juiz Hashi Elmi Nur.
Mohamed Bashir, que a entrevistou, foi condenado a seis meses de prisão, também por "calúnias", enquanto o diretor da rádio independente Radio-Shabelle, que divulgou a entrevista, a um ano de prisão por "ofensas às instituições do Estado".
"Fadumo Abdukadir Hasan, que mentiu a respeito das acusações de estupro, foi condenada a seis meses com suspensão da pena", afirmou o magistrado, a respeito da vítima do suposto estupro.
Os condenados têm a possibilidade de evitar a prisão caso paguem a multa de um euro, aproximadamente, por cada dia de prisão, segundo o tribunal.
O estupro é um tema tabu na Somália e a divulgação de informações sobre o fenômeno é um assunto extremamente sensível no país. Este novo caso é o mais recente de uma série de detenções e condenações a vítimas de estupro e jornalistas pela divulgação dos crimes.