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Visitas de norte-americanos a Cuba despencam após restrições de Trump

Outro problema são os temores injustificados com a devastação provocada pelo furacão Irma em setembro

Cuba: queda acentuada no número de visitantes norte-americanos contribuiu para um recuo de 7% no número de visitantes estrangeiros na ilha (Alexandre Meneghini/Reuters)

Cuba: queda acentuada no número de visitantes norte-americanos contribuiu para um recuo de 7% no número de visitantes estrangeiros na ilha (Alexandre Meneghini/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2018 às 09h10.

Havana - Uma queda acentuada no número de visitantes norte-americanos a Cuba causada pelas restrições de viagem impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contribuiu para um recuo de 7 por cento no número de visitantes estrangeiros na ilha caribenha nos três primeiros meses de 2018, mostraram dados oficiais de Cuba.

As restrições e alertas dos EUA a viagens para a ilha de regime comunista foram os culpados pelo número menor de chegadas de norte-americanos em comparação com o mesmo período de um ano atrás, disse o diretor comercial do Ministério do Turismo cubano, Michel Bernal, em uma coletiva de imprensa em Havana, na terça-feira.

Outro problema afetando o setor turístico de Cuba são os temores injustificados com a devastação provocada pelo furacão Irma em setembro, afirmou, dado que o país já consertou há tempos suas instalações turísticas.

"O total de clientes dos EUA está só em 56,6 por cento do que foi em 2017", explicou Bernal. A estatal Agência de Notícias Cubana publicou a queda no número de visitas totais de estrangeiros separadamente, citando autoridades do setor turístico.

O número de norte-americanos viajando a Cuba disparou depois que o ex-presidente dos EUA Barack Obama chegou a um acordo de reaproximação histórico com o então presidente cubano Raúl Castro em 2014 e afrouxou as restrições de viagem, mas mantendo uma proibição ao turismo.

O aumento das visitas de norte-americanos a Havana, em particular, fomentou o crescimento rápido do incipiente setor privado, e muitos cubanos correram para abrir pousadas e restaurantes.

O turismo se tornou um dos poucos destaques de uma economia que luta com controles estatais rígidos, um processo de reforma de mercado difícil, um declínio na assistência da aliada Venezuela e um recuo nos preços globais das commodities.

No entanto, no ano passado Trump voltou a dificultar a ida de seus conterrâneos a Cuba, parte de seu endurecimento com a nação vizinha.

Alguns meses depois seu governo emitiu um alerta de viagem para a ilha por causa de um surto misterioso de doenças entre diplomatas dos EUA radicados em Havana. Autoridades cubanas e muitos especialistas estrangeiros em turismo insistem que Cuba é um dos destinos mais seguros do mundo.

Havana ainda torce para que o número de visitantes estrangeiros chegue à marca de 5 milhões neste ano, disse Bernal. A cifra cresceu 16,2 por cento e chegou a um recorde de 4,7 milhões em 2017.

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