Mundo

Visita de Hu aos EUA define novo tom, mas tensão continua

Presidente chinês foi pressionado sobre a questão da Coreia do Norte, os direitos humanos e a política cambial chinesa

Hu Jintao e Barack Obama: paciência da América está chegando ao fim (Samantha Appleton/White House)

Hu Jintao e Barack Obama: paciência da América está chegando ao fim (Samantha Appleton/White House)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 19h01.

Chicago - A visita do presidente chinês, Hu Jintao, aos Estados Unidos terminou nesta sexta-feira em clima de otimismo para a cooperação em assuntos estratégicos internacionais. Porém, fez pouco progresso em disputas econômicas que, se solucionadas, poderiam estreitar relações entre as duas potências globais.

Após as cerimônias e encontros de cúpula em Washington, nos quais Hu foi pressionado sobre a questão da Coreia do Norte, os direitos humanos e a política cambial chinesa, o presidente chinês levou sua comitiva para Chicago, onde participou de um jantar de gala na cidade natal do presidente norte-americano, Barack Obama.

O líder chinês terminou sua visita de quatro dias a vários Estados dos EUA com paradas em uma escola de Chicago e em uma exposição sobre negócios.

"Estar entre vocês me faz sentir mais jovem", disse Hu, 68, em conversa com estudantes. "Os jovens são o futuro de um país e a esperança do mundo."

Obama, durante seu discurso em um outro evento, afirmou que a visita de Hu ajudou a dar aos empresários norte-americanos maior acesso ao enorme mercado interno da China --uma meta estratégica para os formuladores da política econômica dos EUA.

"Fechamos um acordo para abrir os mercados chineses para nossos produtos", disse Obama a trabalhadores da General Electric na cidade de Schenectady, em Nova York.

Enfatizando a mensagem de que a China representa oportunidades para os negócios dos EUA, centenas de empresários da área metropolitana de Chicago e da China assinaram acordos nesta sexta-feira no 1o Fórum de Comércio e Cooperação Econômica entre EUA e China, disseram os organizadores.

Os acordos fazem parte de 45 bilhões de dólares em transações comerciais anunciadas durante a visita de Hu.

Clima de otimismo

Analistas afirmam que a visita de Hu transcorreu bem o suficiente para ajudar a melhorar o relacionamento entre os países após a tensão provocada no ano passado por questões como comércio, Coreia do Norte e censura na Internet.

As duas maiores economias mundiais já estão conectadas o suficiente e a China é a maior detentora estrangeira de títulos da dívida norte-americana.

No entanto, críticos citam o amplo superávit comercial da China com os EUA --de cerca de 270 bilhões de dólares no ano passado, na previsão de Washington-- e acusam Pequim de manter o iuan desvalorizado frente ao dólar para deixar as exportações chinesas artificialmente mais baratas.

Obama pressionou Hu a respeito da cotação do iuan, mas não obteve o compromisso da China em permitir que a sua moeda se valorize mais rapidamente, demanda feita por muitos legisladores norte-americanos.

Hu não comentou nada a respeito do iuan publicamente durante a viagem. Autoridades chinesas afirmaram que Pequim irá manter a política atual de reforma gradual de sua taxa de câmbio.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês