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Visita breve de Obama deixa palestinos frustrados

Cerca de 150 manifestantes gritaram frases antiamericanas, e disseram que preferiam receber armas em vez de visitas presidenciais


	Presidente americano Barack Obama e o presidente palestino Mahmoud Abbas durante a cerimonia de boas-vindas na Cisjordânia, na cidade de Ramallah
 (Ammar Awad/Reuters)

Presidente americano Barack Obama e o presidente palestino Mahmoud Abbas durante a cerimonia de boas-vindas na Cisjordânia, na cidade de Ramallah (Ammar Awad/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 11h52.

Ramallah - Manifestantes palestinos agitaram as mãos afastando simbolicamente o helicóptero que levou o presidente dos EUA, Barack Obama, à Cisjordânia na quinta-feira, acusando-o de tomar partido de Israel.

Cerca de 150 manifestantes gritaram frases antiamericanas, e disseram que preferiam receber armas em vez de visitas presidenciais. "Queremos granadas de propulsão, não colaboração com a CIA", bradavam.

Obama pousou no terreno da sede governamental palestina em Ramallah, depois de adiantar que a intenção da visita era apenas ouvir os envolvidos, sem apresentar uma nova proposta para a retomada do processo de paz entre palestinos e israelenses.

A presença de Obama fez com que grande parte de Ramallah ficasse intransitável. Centenas de agentes fardados e à paisana patrulhavam as ruas para a visita, prevista para durar menos de cinco horas.

Depois de ser calorosamente recebido na quarta-feira em Israel, Obama teve uma acolhida mais fria na Cisjordânia, num sinal de que os palestinos se irritaram com as promessas feitas por ele de apoio e proteção incondicionais dos EUA a Israel.

"Ele nos surpreendeu com seu discurso ontem à noite, pelo tanto que adulou Israel, falando sem parar da sua segurança", disse o manifestante Hussein Shujayia, de 26 anos. "E nós? Não há lugar para nós nas arrogantes políticas pró-Israel deles." Outros palestinos manifestavam indiferença.


"A visita desse presidente não é diferente do que todas as outras visitas presidenciais. Eles vêm, vão, e nenhuma mudança acontece", disse Mohammed Mohammed, 23 anos, que observava os manifestantes da porta da sua sapataria, no movimentado centro de Ramallah.

Obama vai passar três dias em Israel e na Cisjordânia, mas quase todos os seus compromissos acontecem no Estado judeu. Ele deverá inclusive depositar flores no túmulo do líder sionista Theodor Herzl.

Autoridades palestinas disseram ter proposto que Obama se reunisse com a família de um palestino preso em Israel e que visitasse o túmulo do ex-presidente Yasser Arafat. Essas fontes disseram que a oferta foi rejeitada.

"Essa é uma decisão negativa do presidente norte-americano. Yasser Arafat é o líder do povo palestino, e algum dia o presidente norte-americano deveria visitar o túmulo", disse Batta Araar, moradora de uma aldeia próxima a Ramallah.

Na Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo islâmico Hamas --rival da facção Fatah, que governa a Cisjordânia com apoio ocidental--, havia ainda mais indignação com a visita de Obama.

Guerrilheiros dispararam dois foguetes contra Israel no começo da manhã, causando danos leves, num sinal de que consideram que o mundo não deveria ignorá-los em eventuais discussões sobre a diplomacia regional.

Na Cidade de Gaza, dezenas de manifestantes pisotearam fotos de Obama, queimaram bandeiras dos EUA e gritaram exigindo o presidente "fora da Palestina".

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