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Vírus pode ser usado para tratar tumores no cérebro

Um vírus pode ser entregue para um tumor profundo no cérebro e estimular as defesas imunológicas do próprio corpo

Mão segura cérebro (Sxc.hu/SXC)

Mão segura cérebro (Sxc.hu/SXC)

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Reuters

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 21h08.

Londres - Uma fase de testes de um novo possível tratamento para câncer no cérebro mostrou que um vírus injetado diretamente na corrente sanguínea pode alcançar tumores dentro do cérebro e alternar o sistema de defesa do próprio corpo para atacá-los.

A fase de testes envolveu somente nove pacientes, mas cientistas disseram que caso os resultados possam ser replicados em estudos maiores, o "reovírus" que ocorre naturalmente pode ser desenvolvido em uma imunoterapia eficaz para pessoas com tumores agressivos no cérebro.

"Esta é a primeira vez que foi mostrado que um vírus terapêutico é capaz de passar pela barreira cérebro-sangue", disse Adel Samson, oncologista do Instituto de Câncer e Patologia da Universidade de Leeds que co-chefiou o projeto.

Ele disse que a fase de testes havia mostrado que não somente um vírus pode ser entregue para um tumor profundo no cérebro, mas que quando o vírus alcançava seu alvo, "estimulava as defesas imunológicas do próprio corpo a atacar o câncer".

Publicado no jornal Science Translational Medicine nesta quarta-feira, os testes envolveram nove pacientes com tumores que haviam se espalhado de outras áreas para o cérebro ou que eram gliomas de crescimento rápido, um tipo agressivo de câncer no cérebro.

Todos os pacientes iriam ter seus tumores removidos cirurgicamente, mas nos dias anteriores cada um recebeu uma dose única do reovírus administrado via gotejamento intravenoso na corrente sanguínea.

Assim que os tumores foram removidos, os cientistas analisaram amostras para ver se o vírus havia conseguido alcançar o câncer, que em alguns casos estava profundamente dentro do cérebro.

Em todos os nove pacientes, houve evidências de que o vírus havia alcançado o alvo, disseram. Também houve sinais de que o vírus replicante havia estimulado o sistema imunológico, com glóbulos brancos sendo atraídas ao tumor para atacá-lo.

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