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Vírus do Nilo Ocidental se espalha pela Itália com 275 casos confirmados e 19 mortes

Com letalidade de 15,1%, o vírus continua a se espalhar e afeta principalmente as regiões do norte e sul do país

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 11h40.

Última atualização em 14 de agosto de 2025 às 15h39.

O número de mortes causadas pelo vírus do Nilo Ocidental na Itália subiu para 19, enquanto os casos confirmados já somam 275, de acordo com o último boletim publicado nesta quinta-feira, 14, pelo Instituto Superior de Saúde (ISS).

A letalidade, calculada sobre as formas neuroinvasivas — a variante mais grave da doença — é de 15,1%, um número inferior aos 20% registrados em 2018, mas superior aos 14% do ano passado.

Dos 275 casos confirmados, 126 evoluíram para a forma neuroinvasiva, enquanto 125 apresentaram febre e 11 foram assintomáticos.

As regiões mais afetadas são Lácio, cuja capital é Roma, com 47 casos neuroinvasivos e 8 mortes, e Campânia (sul), que registra 50 casos dessa variante e também 8 mortes.

As outras vítimas correspondem a Piemonte (norte), Lombardia (norte) e Calábria (sul), com um falecido em cada região.

O ISS também confirmou hoje um aumento nas províncias com circulação ativa do vírus, que chegam a 52, dez a mais que no último relatório, distribuídas em 15 regiões: Piemonte (norte), Lombardia (norte), Vêneto (norte), Friuli-Venezia Giulia (norte), Ligúria (norte), Emilia-Romanha (norte), Lácio (centro), Abruzos (centro), Molise (centro), Campânia (sul), Apúlia (sul), Basilicata (sul), Calábria (sul), Sicília (sul) e Sardenha (sul).

O que é a febre do Nilo Ocidental?

A febre do Nilo Ocidental é uma infecção viral aguda transmitida por mosquitos, que pertencem ao grupo dos arbovírus – vírus carregados por artrópodes, o mesmo que ocorre na dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A doença pode evoluir de forma assintomática ou apresentar sintomas variados, indo de quadros leves, com febre curta, fraqueza e dores musculares, até casos graves que afetam o sistema nervoso central ou periférico. O risco aumenta em áreas rurais e silvestres onde circula o mosquito infectado, capaz de transmitir o vírus ao picar pessoas.

Principais sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da febre do Nilo Ocidental são:

  • Febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar;
  • Anorexia;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Dor nos olhos;
  • Dor de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Exantema máculo-papular;
  • Linfoadenopatia.

Como acontece  a transmissão por mosquitos?

O vírus, transmitido principalmente por mosquitos do gênero Culex, tem como reservatórios aves migratórias e gaivotas. O Ministério da Saúde insiste em medidas preventivas como o uso de repelente, roupas adequadas e a eliminação de águas paradas.

"A disseminação dos casos, que até agora afetou principalmente Lácio e Campânia, está se expandindo nas áreas endêmicas das regiões do norte da Itália, onde a cada ano registramos casos em humanos", explicaram os especialistas do ISS na nota.

Também observaram que "normalmente" o pico de casos do vírus do Nilo Ocidental em humanos é alcançado no mês de agosto, "embora seja difícil prever exatamente a evolução do número de contágios, que pode depender de vários fatores, inclusive de tipo ambiental e climático".

Existe tratamento para essa doença?

Assim como para dengue, não existe um tratamento específico para a febre do Nilo Ocidental, e sim uma série de medidas para controlar os sintomas, como repouso absoluto e consumo intenso de líquidos. Nos casos mais graves, pode ser necessária a hospitalização do paciente, que pode incluir reposição intravenosa de fluídos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias.

Como se prevenir da Febre do Nilo Ocidental?

No Brasil, não há vacinas indicadas para a prevenção da febre do Nilo Ocidental.

A proteção individual depende de medidas como uso de repelente e evitar a exposição a mosquitos, principalmente ao amanhecer e entardecer. Telas em portas e janelas também ajudam a reduzir o risco.

Entre as ações preventivas recomendadas estão:

  • Eliminar água parada e manter condições adequadas de saneamento;
  • Evitar o descarte de lixo em valas, rios e margens de córregos;
  • Não manusear animais mortos sempre que possível.

Profissionais mais expostos incluem veterinários, agrônomos, zootecnistas, biólogos, agricultores, paisagistas, jardineiros, trabalhadores da construção civil e entomologistas.

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