A Libéria foi declarada livre de ebola em maio, após ter transcorrido 42 dias sem nenhum caso desde o último enterro em condições seguras de um morto por ebola (Kenzo Tribouillard/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2015 às 14h08.
Genebra - A análise genética do vírus do ebola que reapareceu na Libéria confirmou que trata-se da mesma cepa (vírus) que circulava antes na região afetada, fato que descartou que alguém possa tê-lo importado da Guiné ou Serra Leoa, disse nesta sexta-feira a OMS.
Deste modo, as únicas explicações para que o vírus tenha ressurgido depois de três meses na Libéria é que este ficou latente em um sobrevivente e esta mesma pessoa o transmitiu por via sexual, ou que uma transmissão permaneceu sem ser detectada durante meses, disse hoje um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Libéria foi declarada livre de ebola em 9 de maio, após ter transcorrido 42 dias (o dobro do período de incubação conhecido para o vírus) sem nenhum caso desde o último enterro em condições seguras de um morto por ebola.
Os enterros foram um dos maiores focos de contágio durante a epidemia de ebola que surgiu em março de 2014 na Guiné e depois se estendeu à Libéria e Serra Leoa.
O ebola reapareceu na Libéria com o caso de um jovem de 17 anos, cujo corpo testou positivo em 30 de junho e desde então foram registrados outros cinco casos de infectados.
Um total de 149 pessoas foram identificadas como contatos desses casos e estão sendo seguidos de perto.
A detecção destes novos casos ocorreram dentro do período de 90 dias, contados a partir de 9 de maio, durante os quais a Libéria devia manter um alto nível de vigilância e deveriam ser efetuados teste de diagnóstico em todas as pessoas ou mortos com sintomas de ebola (similares aos da malária).
O ebola provocou até agora 11,2 mil mortos na África e os dados da última semana dão conta de cerca de 30 casos nos três países afetados.