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Virgínia escolhe governador e medirá influência de Trump

Apesar de chegar à Casa Branca, Trump perdeu a votação na Virgínia por mais de cinco pontos para Hillary Clinton nas eleições presidenciais de 2016

Eleições: Trump não deixou de se pronunciar sobre a disputa na Virgínia (Aaron P. Bernstein/Reuters)

Eleições: Trump não deixou de se pronunciar sobre a disputa na Virgínia (Aaron P. Bernstein/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 19h17.

Washington - Os habitantes do estado da Virgínia escolhem nesta terça-feira um novo governador entre o democrata Ralph Northam e o republicano Ed Gillespie numa apertada disputa que dará pistas quanto ao capital político do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um ano depois de sua vitória nas eleições.

Apesar de chegar à Casa Branca, Trump perdeu a votação na Virgínia por mais de cinco pontos para Hillary Clinton nas eleições presidenciais de 2016 e não é popular no estado, onde os democratas vêm se fortalecendo nas últimas décadas, sobretudo nas áreas urbanas próximas à capital do país, Washington.

Northam, vice-governador da Virgínia, e Gillespie, ex-presidente do Comitê Nacional republicano (RNC, na sigla em inglês), se enfrentam para suceder o atual governador, o democrata Terry McAuliffe.

As pesquisas previam uma cômoda vitória de Northam, mas Gillespie foi crescendo e, segundo a média das principais pesquisas elaboradas pelo portal "RealClearPolitics", ambos chegam à votação de hoje tecnicamente empatados, com uma leve vantagem de três pontos para o democrata.

Gillespie recorreu durante sua campanha à mesma retórica de Trump e se apresenta como o único candidato capaz de conter a imigração ilegal e o crime organizado.

Embora esteja na Coreia do Sul dentro de uma longa viagem pela Ásia, Trump não deixou de se pronunciar sobre a disputa na Virgínia.

Em sua conta no Twitter, o presidente pediu votos para Gillespie e enfatizou que o republicano "reverterá totalmente" o "alto nível de criminalidade e o pobre desempenho econômico" registrados no estado.

A campanha foi dominada por propagandas negativas e ataques de ambos os lados, mas um em particular, não patrocinado pelos democratas e pago pela organização Latino Victory Fund, trouxe problemas para Northam.

No anúncio em questão, intitulado "Pesadelo americano" e retirado rapidamente pela polêmica gerada, aparece um homem numa caminhonete com uma bandeira confederada e um adesivo com o nome de Gillespie perseguindo um grupo de crianças hispânicas.

A rejeição a relacionar o apoio aos republicanos ao racismo pode fazer com que alguns eleitores deem as costas a Northam e optem por Gillespie, segundo os analistas.

Por outro lado, a estratégia de Gillespie de criminalizar os imigrantes, particularmente a comunidade hispânica, fará com que os latinos vão às urnas em quantidades "nunca antes vistas" para deixar claro que "não vão tolerar" esses ataques.

Assim explica à Agência Efe o diretor para a Virgínia da organização America's Voice, Julio Laínez, ao antecipar que o voto dos imigrantes será "importantíssimo" e que diversos grupos de ativistas e voluntários passaram tempo "mobilizando e educando" os hispânicos para que participem das eleições.

Afastado da atividade política desde que deixou a Casa Branca em janeiro, o ex-presidente democrata Barack Obama (2009-2017) abriu uma exceção no último dia 19 de outubro e liderou um comício em apoio a Northam em Richmond, capital da Virgínia.

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