Beirute - Intensos combates entre soldados e rebeldes sírios foram registrados nesta quarta-feira nos arredores de bases militares na província de Alepo, no norte da Síria, depois da tomada pelos rebeldes de um aeroporto militar.

"Os combates entre soldados e combatentes da Frente al-Nosra, Liwa al-Tawhid e Mouhajirine, estão acontecendo nos arredores de uma base chamada 'Brigada 80', que os rebeldes tentam tomar o controle", indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Esta base garante a segurança do aeroporto militar de Alepo e do aeroporto militar de al-Nairab, de acordo com o OSDH, que conta com uma ampla rede de ativistas e médicos.

Na terça-feira, os rebeldes tomaram o controle do aeroporto militar de al-Jarrah, assim como munições e aviões MIG, e lançaram ataques contra outras bases aéreas da região, onde dezenas de combatentes de ambos os lados morreram.

Os rebeldes concentram seus ataques contra bases aéreas, fontes de armas e munições, e para tirar de ação os caças bombardeiros utilizados pelo regime.

O Centro de Mídia de Alepo (anti-regime) indicou por sua vez que a eletricidade e a água foram cortadas pelo quarto dia consecutivo, alertando para o risco de uma "catástrofe humanitária" na grande metrópole do norte.

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Comentando a progressão dos rebeldes em Alepo, o diretor do OSDH, Rami Abdel-Rahman, considerou que o Exército tem diminuído suas forças no norte da Síria para proteger melhor o centro.

"O Exército resiste com muita dificuldade ao progresso dos rebeldes nas bases do norte, enquanto luta ferozmente em Daraya, perto de Damasco, e em Homs, no centro do país", indicou Abdel-Rahman.

"O regime sabe que deve proteger partes do território para negociar", no caso de uma transição política, disse Abdel-Rahman.

Apesar dos avanços dos rebeldes, o regime bombardeou Sfeira, ao sudeste Alepo, e al-Bab, noroeste, de acordo com o OSDH.

Perto da capital, os aviões do regime realizaram 10 ataques contra a cidade rebelde de Deir al-Assafir, segundo a Comissão Geral da Revolução Síria, uma rede de ativistas.

Além disso, combates foram registrados nas duas principais rodovias a leste e oeste da cidade de Homs (centro), de acordo com os rebeldes.

Os insurgentes tentam "reduzir a pressão sobre a população nos bairros (de Homs) cercados e bombardeados" pelo Exército há quase oito meses, explicou à AFP o militante Idriss Arraba.

Pelo menos 190 pessoas, incluindo 79 soldados e 76 rebeldes, foram mortos terça-feira na Síria, um dos dias mais sangrentos, de acordo com um relatório do OSDH.