Mundo

Violência se agrava mas premiê rejeita renúncia na Tailândia

Yingluck Shinawatra, acuada por protestos em Bangcoc e baseada fora da capital, descartou nesta segunda-feira a hipótese de renúncia


	A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra: "Muita gente me pediu para renunciar, mas pergunto: a renúncia é a resposta? E se ela criar um vazio de poder?"
 (Getty Images)

A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra: "Muita gente me pediu para renunciar, mas pergunto: a renúncia é a resposta? E se ela criar um vazio de poder?" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 10h13.

Bangcoc - A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, acuada por protestos em Bangcoc e baseada fora da capital, descartou nesta segunda-feira a hipótese de renúncia.

Visitando uma exposição comercial na província de Saraburi, 100 quilômetros ao norte de Bangcoc, Yingluck defendeu o diálogo como forma de resolver uma crise que já dura meses.

"É hora de todos os lados conversarem entre si", disse Yingluck a jornalistas. "Muita gente me pediu para renunciar, mas pergunto: a renúncia é a resposta? E se ela criar um vazio de poder?" Os protestos são pontuados por tiroteios e explosões de bombas, inclusive uma que no domingo matou três irmãos, sendo dois deles crianças.

O gabinete de Yingluck não confirmou há quantos dias ela se encontra despachando de fora da capital. Ela foi vista em público na cidade pela última vez no dia 11, uma terça-feira, quando os protestos já eram intensos. Na quinta-feira, ela deve comparecer a uma audiência sobre corrupção em Bangcoc.

Os manifestantes querem que Yingluck deixe o poder e que o irmão dela, o bilionário ex-premiê populista Thaksin Shinawatra, deixe de interferir na política local. Os irmãos Shinawatra são especialmente populares entre os tailandeses pobres do norte e nordeste do país, ao passo que os protestos atraem o apoio principalmente das elites monarquistas e da classe média de Bangcoc e do sul.

O Exército, que depôs Thaksin em 2006, no último dos 18 golpes ou tentativas de golpe na Tailândia desde a implantação da monarquia constitucional, em 1932, disse que desta vez não irá interferir.


"Alguém precisa assumir a responsabilidade, mas isso não significa que os soldados possam intervir sem trabalhar sob o marco ", disse o comandante militar Prayuth Chan-ocha num raro pronunciamento televisivo, também propondo o diálogo. "Como podemos ter a certeza de que, se usarmos soldados, a situação voltará à paz?" Os manifestantes, que perturbaram e boicotaram a eleição geral deste mês, foram orientados por seu líder a atacarem empresas ligadas a Thaksin, e por isso se concentraram na segunda-feira em frente a um canal de TV dirigido por um filho do ex-premiê.

Não está claro por enquanto quem cometeu o atentado de domingo em um movimentado bairro comercial, fato que Yingluck descreveu como terrorismo.

Uma jovem e seu irmão de cinco anos já haviam perdido a vida no domingo, e na segunda-feira foi anunciada a morte de uma terceira vítima, irmã dos outros dois mortos.

No sábado, uma menina de cinco anos morreu em circunstâncias semelhantes, na província de Trat (leste).

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaProtestosProtestos no mundoTailândiaViolência política

Mais de Mundo

Justiça de Hong Kong aprova direitos de casais do mesmo sexo a habitação e herança

Imigrantes buscam orientação à medida que posse de Trump se aproxima: 'Todos estão com medo'

'Ninguém vai ganhar uma guerra comercial', diz China após Trump prometer tarifaço

Ucrânia afirma que a Rússia efetuou um ataque noturno 'recorde' com 188 drones