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Violência contra a mulher no Afeganistão foi brutal em 2013

Crimes violentos contra mulheres bateram recordes no ano passado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2014 às 15h41.

Cabul - Crimes violentos contra as mulheres no Afeganistão atingiram recordes e se tornaram ainda mais brutais em 2013, disse neste sábado a chefe da comissão de direitos humanos do país.

É um sinal de que direitos obtidos com muita dificuldade estão sendo perdidos em um momento no qual as tropas estrangeiras se preparam para deixar o país.

Restaurar direitos fundamentais da população feminina depois da queda do Taliban, forçada pela coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2001, foi uma das principais justificativas da guerra.

Sob o comando do Taliban, mulheres eram forçadas a vestir a burca, peça que cobre dos pés a cabeça, e proibidas de deixar suas casas sem um parente do sexo masculino. As escolas femininas foram fechadas.

Sima Samar, presidente da Comissão Independente dos Direitos Humanos do Afeganistão (AIHRC, na sigla em inglês), disse à Reuters em entrevista por telefone que a brutalidade dos ataques contra mulheres havia aumentado bastante.

"A brutalidade dos casos é realmente péssima. Cortam narizes, lábios e orelhas. Cometem estupros públicos", disse Samar. "Estupros coletivos ... Isso é contra a dignidade, contra a humanidade."

Ela atribuiu o aumento do crime a uma cultura de impunidade e iminente retirada das tropas estrangeiras e equipes de ajuda humanitária, o que deixará as mulheres expostas a ataques.

Além disso, mais casos passaram a ser reportados depois das mulheres se tornarem cientes de seus direitos.


"A presença da comunidade internacional e das equipes de reconstrução provincial estava dando confiança às pessoas", afirmou Samar. "Havia pessoas tentando proteger as mulheres. E elas não está mais lá, infelizmente."

Grande parte das forças estrangeiras devem deixar o Afeganistão até o final do ano, e não está claro se ficarão alguns soldados depois de 2014, pois as relações entre autoridades afegãs e os EUA se deterioraram.

Um porta-voz da AIHRC afirmou que os últimos dados de 2013 mostram um aumento de 25 por cento nos casos de violência contra a mulher de março até setembro.

Samar disse que a fragilidade da economia e a crescente insegurança também contribuíram para o aumento nos incidentes.

Uma importante defensora dos direitos das mulheres afirmou que a situação ficará difícil, pois leis que protegem as mulheres são de difícil implementação no país.

"Matar mulheres no Afeganistão é fácil. Não há punição", disse à Reuters Suraya Pakzad, que comanda abrigos para mulheres em várias províncias.

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