O ex-vigilante voluntário alegou que atuou em legítima defesa quando atirou no adolescente, que estava desarmado (©Pool/AFP / Gary W. Green)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2012 às 16h23.
Miami - George Zimmerman, o ex-vigilante voluntário que matou o adolescente negro Trayvon Martin nos Estados Unidos, arrecadou mais de US$ 204 mil para sua defesa através de uma página de internet, segundo informou nesta sexta-feira seu advogado.
Em uma breve audiência realizada hoje em um tribunal da Flórida, o advogado Mark O"Mara afirmou ao juiz encarregado do caso, Kenneth Lester, que esses fundos foram arrecadados por meio de centena de doações feitas ao site que Zimmerman criou, e que foi fechado no começo desta semana.
O advogado de Zimmerman garantiu ao magistrado que desconhecia a existência deste dinheiro há até dois dias, depois da audiência realizada na sexta-feira passada, na qual o juiz estabeleceu uma fiança de US$ 150 mil para o acusado.
Durante aquela audiência, as partes interrogaram a esposa e os pais de Zimmerman sobre os recursos econômicos que tinham para arcar com o pagamento da fiança.
Após ouvir seus testemunhos, o juiz fixou a fiança em US$ 150 mil, muito abaixo do US$ 1 milhão que pedia a promotoria e muito acima dos US$ 15 mil solicitados pela defesa.
O ex-vigilante, acusado de assassinato em segundo grau, foi posto em liberdade nesta segunda-feira após pagar US$ 15 mil, 10% do importe total, para garantir o pagamento do restante da fiança.
A promotoria reivindicou hoje o aumento da fiança, mas o juiz se negou, assim como a divulgar os nomes dos doadores.
O juiz Lester também examinou hoje as condições de segurança para a realização do julgamento de Zimmerman e negou o pedido de O"Mara que declarasse segredo de justiça para evitar vazamentos à imprensa.
No entanto, indicou que os meios de comunicação não terão acesso aos aspectos que afetem a segurança do julgamento.
Zimmerman está sendo acusado de assassinato em segundo grau pela morte, no último dia 26 de fevereiro, de Trayvon Martin, de 17 anos, em uma comunidade de Sanford, no centro da Flórida.
O ex-vigilante voluntário alegou que atuou em legítima defesa quando atirou no adolescente, que estava desarmado. Perante a falta de testemunhas ou provas que demonstrassem o contrário, as autoridades locais decidiram não detê-lo em princípio.
A pressão pública e os protestos da comunidade afro-americana que ocorreram por todos os EUA, com críticas a Zimmerman por atuar movido por preconceitos raciais, diminuíram quando um mês e meio depois do incidente a promotoria apresentou as acusações contra ele, o que provocou sua prisão.