Um vigilante voluntário matou com um tiro um adolescente negro nos Estados Unidos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2012 às 21h04.
Miami - Um vídeo no qual o vigilante voluntário que matou com um tiro um adolescente negro desarmado aparece algemado pela polícia, sem que aparentemente tenha sofrido alguma agressão séria, foi divulgado nesta quinta-feira e pode pôr em xeque a versão de que foi atacado pelo jovem antes de baleá-lo.
O vídeo, gravado na noite de 26 de fevereiro, quando o menor Trayvon Martin morreu, mostra o guarda, George Zimmerman, algemado e acompanhado pela polícia na delegacia da localidade de Sanford, nos arredores de Orlando, no centro da Flórida.
Na gravação, obtida originalmente pela 'ABC News' e divulgada nesta quinta-feira por outros meios de comunicação locais, o rosto de Zimmerman não parece ter sofrido nenhum golpe sério, nem são vistos rastros de sangue ou cortes.
Além disso, o jovem de 28 anos parece andar sem dores aparentes e com normalidade, embora o vídeo não ofereça imagens de primeiro plano.
Zimmerman disse à polícia na noite do crime que estava retornando a seu veículo quando Martin se aproximou dele por trás e depois de trocarem algumas palavras, o adolescente o agrediu no nariz. Após cair no chão, teria sido atacado pelo jovem com violência, uma versão que é rebatida por aqueles que pedem sua detenção.
Estes são os argumentos utilizados por Zimmerman para afirmar que foi obrigado a agir em legítima defesa, algo que a polícia deu por certo desde o primeiro momento, diante da ausência de depoimentos que contradissessem a versão.
Um advogado do voluntário disse que ele sofreu fratura no nariz por um golpe dado por Martin durante o incidente e que apresentava também cortes na cabeça.
No entanto, nas imagens feitas na delegacia de Sanford, não parece que Zimmerman tenha sofrido algum golpe evidente ou ferimento no rosto ou na cabeça, embora a gravação não capte o assassino em primeiro plano.
A divulgação deste vídeo coincide com os comentários divulgados nesta quinta pelo pai de Zimmerman, que assegurou que seu filho se viu forçado a sacar a arma porque o menor o atacou.